A Fortaleza dos Reis Magos é uma edificação militar histórica
localizada na cidade de Natal, Rio Grande do Norte.
O forte foi o marco inicial da cidade (fundada em 25 de
dezembro de 1599), no lado direito da barra do rio Potenji (hoje próximo à
Ponte Newton Navarro). Recebeu esse nome em função da data de início da sua
construção, 6 de janeiro de 1598, dia de Reis pelo calendário católico.
No contexto da Dinastia Filipina, quando da conquista do
litoral Nordeste do Brasil, então ameaçada por corsários franceses que ali
traficavam o pau-brasil ("Caesalpinia echinata"), a barra do rio
Grande foi alcançada por tropas portuguesas, sob o comando do
Capitão-mor da Capitania de Pernambuco, Manuel de Mascarenhas Homem, com ordens
para iniciar uma fortificação. Para a defesa do acampamento, junto
à praia, foi iniciada uma paliçada de estacada e taipa, com planta no formato
circular, à moda indígena, a 6 de janeiro de 1598 (dia dos Santos Reis),
enquanto se procedia à escolha do local definitivo para a fortificação ordenada
pela Coroa: um recife, à entrada da barra, ilhado na maré alta e que, na
vazante, permitia a comunicação com terra firme.
A planta do novo forte, traçada no Reino em 1597, atribuída
ao padre jesuíta Gaspar de Samperes (ou Gonçalves de Samperes), "mestre
nas traças de engenharia na Espanha e Flandres" e discípulo do arquiteto
militar italiano Giovanni Battista Antonelli, apresentava a forma clássica do
forte marítimo seiscentista: um polígono estrelado, com o ângulo reentrante
voltado para o Norte, construído em "taypa, estacada e areia solta
entulhada". As suas obras ficaram a cargo de seu primeiro comandante,
Jerônimo de Albuquerque Maranhão (1548-1618).
O seu segundo comandante foi João Rodrigues Colaço, e a
fortificação estava em condições de defesa já no início de 1602, artilhada e
guarnecida por um destacamento de duzentos homens. Encontra-se representada por
João Teixeira Albernaz, o velho, na obra atribuída a Diogo de Campos Moreno, no
canto superior esquerdo do mapa do Rio Grande, como "Planta do Forte que
defende a barra do Rio Grande" (petipé em braças craveiras), artilhado com
10 peças em suas carretas, atirando à barbeta. Esta iconografia já reflete as
obras de reconstrução executadas a partir de 1614, com planta do Engenheiro-mor
e dirigente das obras de fortificação do Brasil, Francisco de Frias da Mesquita
(1603-1634), quando adquiriu a atual conformação. Na ocasião, as suas muralhas
foram melhoradas, recebendo contrapiso e contrafortes de reforço pelo lado do
mar, bem como obras internas de habitação, em edifícios de dois pavimentos, que
ficaram concluídas em 1628.
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