27.9.08

Eu menino em Natal II (Texto)

Mais uma página da história de Natal ...

... O esporte amador era prestigiado por toda sociedade, o Ginásio Silvio Pedrosa ficava lotado, principalmente para os jogos de basquete e futebol de salão, onde o Rio Grande do Norte disputava com o Ceará e Pernambuco a hegemonia do Nordeste.
Futebol de campo era no velho Juvenal Lamartine, onde se criou a famosa frasqueira do ABC.
Às noites eram curtidas no Grande Ponto, nos bares e cabarés da cidade. Maria Boa era o mais famoso, mais existiam outros bem freqüentados Night and Day, Ideal, Boate Paris, Alabama, Francesinha, Otávio, Rosa de Ouro e outros. Os bares eram simples, mas acolhedores.
A Tenda do Cigano, Postinho, È Nosso, Dia e Noite, Café Nice, Pitombeira, Briza Del Mare, A Palhoça, Iara Bar, Nemésio, Confeitaria Cisne, Acácia Bar, Escondidinho, Confeitaria Atheneu, entre outros.
No domingo o divertimento era ir às praias, aos cinemas Rex, Nordeste e Rio Grande e depois as matinês do ABC na Rua Afonso Pena onde hoje é o C.C.A.B. e América na Rua Maxaranguape.
Praias Chiques era Areia Preta, Praia do Forte e Miami Beach, urbanas. Ponta Negra era praia de veraneio juntamente com a Redinha.
Não existiam motéis, e os “abates” eram feitos na praia do Forte e Capim Macio. Lembro-me da festa do Caju, no Redinha Clube, festa animadíssima e prestigiada por toda sociedade. Tinha as travessias do rio Potengi, feita a barco ou na lancha a motor de Luis Romão.
Era tempo de serenatas feitas por Dozinho, José Luiz Leal, Gil Barbosa, Marcio Marinho, Eimar Vilar, Airton Ramalho, Cezimar Borges, Salvador Galego, Guaraci Picado e pra turma uma coisinha na frente Edílson Fonseca.
Época em que íamos esperar as saídas dos colégios. A Escola Doméstica aos domingos (por conta do internato), Colégio da Conceição, Neves e Atheneu eram os mais destacados. Namoro era pega na mão e até as vinte e três horas (já com os descontos).
Tempos das quermesses, me lembra a Lagoa Manoel Felipe e Evaldo Maia era o papa para organizar tais eventos. Festas nas praças (da Mocidade e outras) e pastoris. O carnaval era o corso na Avenida Deodoro, havia blocos que iam as casas das famílias para alegrar. Xamêgo, Peraltas, Sambalanço, Jardim de Infância, Cafajestes e outros.
Missa Campal de Natal a meia noite em frente às Igrejas. Até a corrida de São Silvestre (Preliminar) empolgava e o nosso querido Tota Zerôncio sagrou-se campeão correndo apenas os trinta metros finais.
Era outra Natal, mas com certeza os que viveram como nós vivemos irão contar histórias, porque graças a Deus vivemos bem com Natal.
(Augusto Coelho Leal - Guga)
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