28.3.10

Royal Cinema


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A abertura dos primeiros cinemas na capital marca uma nova fase no seu desenvolvimento. Os natalenses passam a ter contato com novas formas de culturas através dos filmes, além de fornecer uma nova forma de diversão e entretenimento constante a população.
Esses cinemas representaram uma mudança nos hábitos da sociedade de então, pois ofereciam à cidade um ponto de encontro onde as pessoas poderiam se encontrar não apenas para assistir filmes mas para desfrutar dos outros serviços que os cinemas ofereciam. Por muito tempo o cinema dominou a vida alegre da cidade.
Com o sucesso do Polyteama (1911), em 1913 inauguram-se mais dois cinemas: o Phaté e o Royal, que por muitos anos monopolizariam a exibição de filmes na cidade. Este último “dominou por muitos anos a vida alegre da cidade (...) como único cinema da Cidade Alta, era muito freqüentado. Aos domingos o canalhismo era tremendo (...) ‘o porteiro comia fogo nas mãos dos insubordinados’.” Durante aproximadamente duas décadas esses cinemas controlaram a exibição dos melhores filmes vindos das distribuidoras norte-americanas. Quando um cinema passava um filme o outro só começava suas exibições quando o anterior terminava. Sendo uma grande mistura de gêneros, as exibições cinematográficas agradavam a todos os gostos, e de maneira sutil e definitiva foram substituindo as antigas diversões do natalenses. A cidade representava um mercado consumidor ávido pelas novidades cinematográficas.
(Cristiane Monteiro Aragão e Rosangela Monteiro Aragão)

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"O Royal Cinema foi morrendo como um canário ao qual não dão mais água e milho alpiste.
Foi sofrendo de mal triste, de esvaziamento e assim se acabou.
Desfiguraram o prédio que ele ocupava na esquina da Rua Vigário Bartolomeu com a Rua Ulisses Caldas. Era um prédio romântico, meio “art-nouveau’, de muitos cochichos e conversas sentimentais. Até a saudade de pedra e cal desapareceu permanecendo, no entanto, imponderável, que aumenta quando a gente folheia velhos álbuns ou escuta a Valsa Royal Cinema do carnaubense Tonheca Dantas”.
(Augusto Severo Neto)
Nota: Hoje funciona procuradoria Geral do Município e a fachada do prédio poderia ser recuperada.

Foto: Autor Desconhecido, acervo da Semurb.

22.3.10

Zeppelim


"O Zeppelim flutuava de faróis acesos, diante do Forte dos Reis Magos.Primeiro, lançou de pára-quedas, na Praia da Limpa, a mala postal e depois na Ribeira, uma coroa de flores na estátua de Augusto Severo, aeronauta norte-riograndense, morto no desastre do seu dirigível 1902. Natalenses nas ruas apreciavam o espetáculo, deslumbrados. Já conheciam o Graf Zeppelim e Hindemburg da viagem anterior".


Nota do Blog: A observação na foto se refere na realidade à Estátua e não ao túmulo. A foto foi tirada na Praça Augusto Severo.

Texto de Raul Fernandes.

19.3.10

Ponte Metálica Ferroviária de Igapó




Ponte de Igapó

“Ao entrar pela Ponte Metálica de Igapó, mal percebia o cansaço e as dores de tão longa e ansiosa viagem. Sentíamos medo ao ouvir o barulho das chapas de ferro colocadas no tabuleiro da ponte e como um sonho surgia a Cidade do Natal. Era realmente Linda”.


Texto de Auricéia A. Lima - Fonte Consulta Semurb e arquivo do blog.

14.3.10

O Polytheama


“As moças e senhoras de Natal se vestiam de melindrosas, usavam fitas de veludo no cabelo e um “pendentif’ no pescoço. Os rapazes e senhores usavam calças de flanela, palitó listrado com lenço no bolso e sapato de duas cores.
Estavam sempre nas ‘matinées’ e ‘soirées’ do Polytheama. Tomavam refrescos e sorvetes nos intervalos do filme, no salão sorveteria que ficava no edifício.
Foi lá que o picolé se transformou em ‘poly’, por causa do nome do cinema.
Depois se transformou em história e sumiu no tempo".

(Augusto Severo Neto) – Fonte Semurb

9.3.10

Natal - Cidade Memória


A SEMURB - Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Urbanismo, lançou nesta terça feira o Projeto Natal - Cidade Memória.
A finalidade é preservar a memória das comunidades de Natal através de um acervo fotográfico referente à evolução urbana da cidade.
O Projeto propõe ainda contribuir com a preservação da nossa história e sensibilizar o cidadão sobre a importância de refletir, quanto a viver em comunidade, resgatando também a memória de vários recantos da cidade.
Visite a exposição, com cerca de 300 fotografias, comparando nossa Natal de Ontem com a Natal de Hoje, na Assembléia Legislativa, na Praça 7 de Setembro, até o dia 12 de Março, sexta-feira. A mostra será itinerante em escolas, clubes, associações, etc. Oportunamente publicaremos a programação e agenda.

6.3.10

Seminário São Pedro - Parte I


Segundo informações do livro de crônicas do ano de 1979, o primeiro bispo de Natal, Dom Joaquim de Almeida já iniciara uma experiência de Seminário no ano de 1912, que deixou de funcionar nos anos de 1916-1918 quando a Diocese encontrava-se vacante.
Um importante artigo publicado pelo historiador Itamar de Souza (ex-aluno do Seminário) no Jornal "A República" em 16 de dezembro de 1984, fruto de minunciosa pesquisa, esclarece dados dessa época. Segundo ele dessa tentativa formou-se uma comunidade de seminaristas denominada: Seminário Diocesano, cujo primeiro Reitor foi o Mons. Alfredo Pegado, coadjuvado pelos padres da Sagrada Família. O fechamento ocorreu quando Dom Joaquim de Almeida renunciou à Diocese por motivos de doença.
A criação do Seminário de São Pedro se deu oficialmente em 15 de fevereiro de 1919 com o 2º bispo de Natal, Dom Antônio dos Santos Cabral. Sua primeira turma contava com 12 alunos no Colégio Santo Antônio, ao lado da Igreja, no pavimento superior que dava para a hoje rua Expedicionário Rodoval Cabral. Na reitoria encontrava-se o então Vigário Geral Mons. Alfredo Pegado. Essa turma teve entre seus alunos o Pe. Luís Gonzaga do Monte e Dom José de Medeiros Leite, bispo de Oliveira em Minas Gerais, já falecidos. A formação inicial do Seminário já constava do ginasial e dos cursos filosófico-teológicos.
É sabido que, mesmo antes da fundação do Seminário, alguns rapazes que estudavam no Colégio Santo Antônio e se interessavam pelo sacerdócio, eram enviados para realizar seus estudos em outros Seminários como: o da Paraíba (João Pessoa), Olinda, Fortaleza.
Por volta do dia 06 de novembro de 1924, "os seminaristas foram residir na casa grande de um sítio, onde hoje ergue-se o Cine Rio Grande, na Av. Deodoro da Fonseca".
"Pretendendo dotar o Seminário de instalações definitivas, D. Antônio dos Santos Cabral, comprou dois terrenos no Tirol. O primeiro pertencente ao Sr. José Getúlio Teixeira de Moura e sua esposa, Dona Ana Moura, foi comprado em setembro de 1919, compreendendo uma área de 7.620 metros quadrados. Havia nele uma casa de telha e tijolo, na Av. Campos Sales, onde os seminaristas residiram durante um certo tempo. A parte norte deste terreno que dá para a Rua Apodí, está ocupada pelo Posto São Pedro e o Zás-Trás, e pelo prédio da ex-Faculdade de Ciências Econômicas, Contábeis e Atuariais. O outro terreno foi comprado em dezembro daquele ano ao Sr. José Olegário Dantas e sua esposa, Dona Joana Gualherta Fernandes. Conforme a escritura lavrada no segundo Cartório Judiciário, os limites eram os seguintes: possuidores de um cercado com uma casa de morada e diversas fruteiras, encravado na Av. Campos Sales, na Cidade Nova (nome primitivo do Tirol) , desta Capital, em terreno foreiro do patrimônio municipal com uma superfície quadrada de cento e dez metros e dez centímetros (110.10) limitado ao norte por propriedade de José Getúlio com cento e vinte (120,00) metros, a Leste pela Av. Campos Sales com setenta e sete metros, ao Sul pela rua Maxaranguape com cento e vinte (120,00) e a Oeste pela Av. Prudente de Morais com cento e seis metros (106,00)... Este imóvel foi adquirido pela Diocese por dois contos de reis". Até o ano 1930, nada foi construído nesse terreno.
Mesmo com todo esforço, segundo o livro de crônicas de 1925, o Seminário é fechado no final deste ano por motivos financeiros e falta de meios adequados para a formação intelectual dos seminaristas. Foi reaberto no início de 1926, mas em 21 de março, após a missa dominical é novamente fechado, conforme telegrama recebido pelo Reitor no dia 7 de março. O telegrama dizia: "Agradeço querido amigo sua dedicação pt Ouça Cônego Dantas a quem telegrafei fechando provisoriamente Seminário. Bispo de Natal" (Dom José Pereira Alves, encontrava-se no Rio de Janeiro). No mesmo dia o Côn. Estevão Dantas –encarregado do Bispado na ausência do Bispo – recebeu o seguinte telegrama: "Feche provisoriamente Seminário pt Escreva Arcebispo e Reitor Paraíba pedindo aceitar seminaristas..." Tendo obtido resposta positiva do Arcebispo da Paraíba, todos os alunos foram transferidos para o Seminário de João Pessoa, outros para o Seminário da Prainha em Fortaleza, São Paulo e Belo Horizonte.
No ano seguinte, em 1927, foi reaberto com o retorno dos seminaristas para Natal. Os seminaristas foram para as dependências do Colégio Diocesano Santo Antonio. Mas, por falta de melhores condições de funcionamento nesse lugar, foi transferido para a residência episcopal situada à rua Cel. Bonifácio (atual Santo Antônio) ficando no Colégio apenas o dormitório dos seminaristas. Naquele mesmo ano Dom José Pereira Alves, vendo que o Seminário encontrava-se em precárias condições, conseguiu com o Governador José Augusto que os seminaristas fossem residir num prédio do Estado, onde hoje funciona o Aero-Clube na Av. Hermes da Fonseca. Como Natal não era ainda Arquidiocese o Seminário ficou apenas com o ginasial, o Seminário Maior foi fechado, por determinação da Santa Sé, como aconteceu com outros seminários sediados em pequenas Dioceses. Só as Arquidioceses naquela época poderiam ter Seminário Maior. A partir desse fato, penas o Menor continuaria a funcionar até a reabertura do Seminário Maior que aconteceria 50 anos depois.
Continua....

Fonte: Página da Internet do Seminário: http://www.seminariosaopedro.org.br/index.htm