30.12.08

Bairros de Natal III


Continuamos com a origem e significado dos nomes dos bairros da cidade.


REGIÃO ADMINISTRATIVA OESTE

BOM PASTOR – A origem é bíblica. Usado pelas comunidades cristãs para lembrar a figura de Jesus Cristo,
CIDADE DA ESPERANÇA – A Esperança for o slogan da campanha política do ex-governador Aluízio Alves, que teve a iniciativa de construir o primeiro conjunto habitacional da cidade, denominando-o Cidade da Esperança. Este nome foi conservado quando o conjunto passou à condição de bairro.
CIDADE NOVA – Este nome foi adotado para identificar as várias construções que surgiram ao lado do conjunto habitacional Cidade da Esperança, conservando-o quando passou à condição de bairro.
DIX-SEPT ROSADO – Seu primitivo nome era Carrasco. Com a morte do ex-governador Dix-sept Rosado em 1951, o nome do bairro foi mudado em sua homenagem.
FELIPE CAMARÃO – Anteriormente, esta localidade se chamava Peixe-Boi devido à presença deste peixe nos mangues do rio. O nome Felipe Camarão, dado ao bairro, é uma homenagem ao índio Poti, Antônio Felipe Camarão, que se destacou no combate a invasão holandesa.
GUARAPES – Este nome deve-se possivelmente ao prestígio econômico que teve o comerciante Major Fabrício Gomes Pedrosa, pernambucano de Nazaré, dono das terras daquela região que fundou no século XIX, a “Casa dos Guarapes”, gerando assim o nome do bairro.
NORDESTE – Em 1952 a Rádio Nordeste AM, foi a primeira a adquirir alguns lotes no terreno onde se encontra o bairro para instalar os seus transmissores. Determinando assim o nome do local e posteriormente o nome do bairro.
NOSSA SENHORA DE NAZARÉ – O ex-vereador Geraldo Araújo, um dos fundadores do bairro, querendo prestar homenagem a sua terra natal, Nazaré da Mata (PE), deu o nome de Nossa Senhora de Nazaré a este bairro.
PLANALTO – A área de terra do bairro, em sua maioria, fazia parte dos terrenos próprios e terras de marinha, marginais ao Rio Potengi no município de Natal, e, outra parte do terreno, nos municípios de Macaíba e Parnamirim. Ali foi construído o Conjunto Habitacional Planalto, que deu nome ao bairro quando de sua oficialização.QUINTAS – Quintas ou Quinta, segundo Câmara Cascudo, eram casas de campo com terreno de plantio. O mesmo que granja. Antônio da Gama e sua mulher, dona Maria Borges.
Fonte: Manoel Procópio de Moura Jr (Anuário de Natal).
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27.12.08

Bairros de Natal II



REGIÃO ADMINISTRATIVA LESTE

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Continuamos com a origem e significado dos nomes dos bairros da cidade.
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ALECRIM – Conta-se que ali morava uma velha que costumava enfeitar com ramos de alecrim os caixões dos anjinhos enterrados no cemitério da cidade do Natal. Outros afirmam ser pela abundância do Alecrim-de-Campo, naquela região.
AREIA PRETA – Segundo Câmara Cascudo, seu nome provém da cor das falésias ou barreira ali existentes.
BARRO VERMELHO – Este topônimo se perde no tempo, pois na era citado em documentos históricos datados de 1787. Em fins do século XVIII, consta este nome em doações de terras do Senado da Câmara, como era chamado o Governo da ciade. O escritor Itamar de Souza acredita quem provem da cor do terreno ali existentes.
CIDADE ALTA - O sítio da futura Cidade do Natal foi escolhido por ser num chão elevado e firme à direita do Rio Potengi. Com o crescimento da cidade o primeiro bairro, por estar localizado em um chão elevado, ou seja alto, adotou o nome de Cidade Alta.
LAGOA SECA – No início do século passado, no terreno de Lagoa Seca, havia plantas silvestres, vacarias e sítios e era um dos arrabaldes mais visitados pelo natalense. A partir de 1920, foi se formando uma aglomeração em torno da Lagoa Seca que ficava em uma das esquinas formadas pelas atuais avenidas Prudente de Moraes e Alexandrino de Alencar. Seu sangradouro encontrava-se no Riacho do Baldo, que PR sua vez, provinha da Lagoa Manuel Felipe. Este aglomerado Lagoa Seca transformou-se no bairro, cujo nome foi conservado.
MÃE LUIZA – Em um morro, próximo à Praia do Pinto, existia uma parteira que ao se deslocar para prestar, a noite, os seus meritórios serviços de ajudar as parturientes que estavam prestes a “dá a luz”, alumiava os seus caminhos com um lampião. Esta senhora era conhecida por “Mãe Luiza”. Em homenagem a esta parteira, o Morro do Pinto, passou a ser conhecido como morro de “Mãe Luiza” e posteriormente, quando aquela área foi transformada em bairro, conservou-se o mesmo nome.
PETRÓPOLIS – Este topônimo está ligado à cidade homônima fluminense. Antigamente a parte mais alta do bairro era denominada Belo Monte.
PRAIA DO MEIO – Um tipógrafo chamado Manuel Joaquim de Oliveira construiu uma casa em frente ao mar. A casa ficava entre as praias de banho, Ponta do Morcego como era popularmente chamada e a Praia de Areia Preta. O local da casa ficou sendo chamado de Praia do Meio. A praia do meio avançou e ocupou a Ponta do Morcego, ficando como Praia do Meio, dando assim nome ao bairro.
RIBEIRA – A Ribeira foi o segundo bairro de Natal. A cidade começava a crescer na parte baixa da beira rio. Ribeira, segundo o Dicionário Aurélio é “o terreno banhado por um rio”. Câmara Cascudo esclarece que o bairro antigamente era uma campina alagada pelas marés do Rio Potengi, daí o nome Ribeira.
ROCAS – O nome Rocas provém do Atol das Rocas, referência para os pescadores, que ali realizavam suas atividades.
SANTOS REIS – A sua denominação é uma homenagem aos Santos Padroeiros: Gaspar, Belchior e Baltazar, cujas imagens doadas pelo El Rei Dom José I, para a capela da Fortaleza dos Reis Magos.
TIROL – O nome Tirol, afirmava Pedro Velho, foi apenas uma lembrança da Áustria , com era costume na época.

Fonte: Manoel Procópio de Moura Jr (Anuário de Natal)
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24.12.08

Bairros de Natal I


Cada bairro de uma cidade é parte integrante do todo administrativo, como também, é uma parcela indivisível na visão dos seus habitantes, haja vista as grandes contendas acontecidas entre os habitantes dos bairros da Cidade Alta e Ribeira, ou seja, entra Xarias e Canguleiros respectivamente, no início do século passado.
Natal conta com 36 bairros cujos espaços são reconhecidos pela municipalidade que lhe confere denominações oficiais. Entretanto, as origens dos seus nomes e de algumas áreas que já foram consideradas bairros, são desconhecidas por uma parcela da população e, com raríssimas exceções, pelos próprios residentes do bairro.


ZONA NORTE:

IGAPÓ – Antigamente o local se chamava Aldeia Velha. Igapó no idioma tupi significa água que invade, a enchente, o alagável. Como aquela região apresenta estas características e tendo sido uma antiga taba, originou o nome indígena do bairro.
LAGOA AZUL – O bairro surgiu em uma área próxima a várias lagoas, inclusive uma que se chama Lagoa Azul, estando aí a origem do topônimo do bairro.
NOSSA SENHORA DA APRESENTAÇÃO – O nome do bairro é uma reverencia a padroeira da cidade do Natal que é festejada em data de 21 de novembro.
PAJUÇARA – O nome proveniente de Ipajuçara, que no idioma indígena significa Lagoa da Palmeira Juçara (em tupi juçara significa espinhosa). Em 1987, foram construídos os Conjuntos Pajuçara I e Pajuçara II, iniciando assim a primeira ocupação do bairro que foi oficializado dom o nome dos Conjuntos.
POTENGI – O nome do bairro é referência ao Rio Potengi que banha a cidade do Natal. Antigamente conhecido como Rio Grande.
REDINHA – O pesquisador Olavo Medeiros Filho, diz que uma doação feita a Joana de Freitas da Fonseca, viúva do Capitão Manuel Correia Pestana, com os seguinte dizeres: ”Receberam, por título de compra, da viúva Dona Grácia do Rego o sítio chamado de Redinha, da outra banda do rio desta Cidade”. O nome deve ter neste sítio sua origem.
SALINAS – O engenheiro Roberto Freire pretendia instalar, nas terras em que se encontra o bairro uma salina e com essa finalidade adquiriu as terras que pertenciam à família Toselli. Com o passar do tempo, verificou-se que fatores de ordem natural, como o alto índice de pluviosidade, dificultavam o êxito do empreendimento não justificava investir na atividade naquele local, no entanto o empreendimento determinou o nome do bairro.
Fonte: Manoel Procópio de Moura Jr (Anuário de Natal) - Continuaremos com as demais regiões administrativas.
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21.12.08

Dons de um Dom


Dom Nivaldo Monte
“Meu irmão, eis que descobri a minha vocação: semear alegria” (Dom Nivaldo)

O arcebispo Dom Nivaldo Monte foi sempre um vigilante, episkopos, um legítimo sucessor dos apóstolos. A sua missão foi a de estudar, compreender, gerir, santificar.
Nasceu em Natal a 15 de março de 1918 e faleceu a 10 de novembro de 2006.
Em sua vida e formação de novos religiosos, nunca admitiu discriminação ideológica. Tomou corajosamente a defesa de D. Helder Câmara, afirmando que ele nunca fora um líder comunista, mas apenas um líder carismático. Estudou a ciência de Deus e a ciência dos homens. Viveu a ensinar, quer como professor de grego e latim, prelecionando história natural, psicologia, história e filosofia da educação.
Dom Nivaldo foi uma pessoa profundamente realizada e feliz, um artista da palavra e mestre do desenho, uma alma cheia de encantamentos, um apaixonado amante da natureza, de sua terra e de sua gente, um servidor dos homens.
Convencido de que toda palavra é uma semente, pretendia apenas disseminar, propagar os ensinamentos cristãos, interpretá-los na busca de fazer feliz e de melhorar as pessoas.
Sempre cuidou da terá com zelo e carinho, descobrindo a vocação do solo, potencialidades, riquezas de frutos, experimentações. Fez experiências de migração de hormônios vegetais em enxertos para depois fazer árvores jovens multiplicarem-se.
Era um asceta típico: corpo magro, voz de timbre angélico, bem humorado, tratava a todos de poeta. Dirigiu vidas e acalmou tormentas. Naquele pequeno corpo estava um rio de ternura humana. Era um poeta de profundo sentido místico e encantava pelo amor que tinha à natureza. Amava as árvores e as árvores o amavam. Não se perdia na facilidade dos gestos.
Ao renunciar o Governo Episcopal, voltou-se para Emaús, sua granja, onde continuou a desenvolver suas experiências genéticas, buscando, como sempre o melhor aproveitamento de nossas plantas.
Amou a Igreja, a família, seus amigos, sua terra.
Dom Nivaldo foi um homem de ontem e de hoje.
Fontes: "O semeador de alegria"(Diógenes da Cunha Lima) e Tribuna do Norte.
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19.12.08

Guia semanal de cultura, lazer e entretenimento.

Já está circulando a versão impressa do Solto na Cidade, guia cultural de Natal que estreou há aproximadamente um mês na internet com enorme aceitação do público. Já em seu segundo número, o impresso – com circulação semanal – foi recebido também com grande entusiasmo. Com um layout moderno, linguagem acessível e qualidade de impressão, a publicação traz informações sobre as principais atividades culturais que acontecem na cidade durante a semana, nos mais variados segmentos, sendo uma ferramenta essencial na divulgação da cultura local e no estimulo ao turismo.São 10 mil exemplares por semana, distribuídos gratuitamente em mais de 60 pontos estratégicos espalhados pela cidade — Instituições e entidades culturais, cinemas, casas de espetáculo, teatros, museus, bancas de jornal, livrarias, bares, restaurantes, cafés, faculdades, hotéis, shoppings. Com um formato diferenciado, estreito na largura, fácil de manusear e de transportar, o Solto na Cidade pode ser guardado em pequenos espaços, para ser lido em qualquer lugar e a qualquer hora. A versão on line (veja link em Outros Links e Blogs, ao lado à esquerda) traz, além dos eventos que acontecem na cidade, conteúdo extra, como entrevistas com nomes do meio cultural. Atualizado diariamente, o site realiza ainda sorteio de brindes e ingressos para eventos, entre outras promoções e atividades. A idéia do guia foi concebida com base em modelos similares de guias culturais e de entretenimento, comuns por toda Europa e em grandes cidades do Brasil. A direção está a cargo da jornalista Anne Caroline Medeiros e do empresário Federico Rinaldi e o conteúdo editorial é assinado pelos jornalistas Itaércio Porpino, Marcelo Tavares e Cleo Lima, todos com conhecimento e experiência na área cultural.

18.12.08

Natal de muitos ontens.

Prezado Neto, eis-me aqui enxerido invasor do seu blog, para relembrar um pouco Natal de vários ontens. Isto se a memória ajudar. A mais remota recordação do meu Natal de antigamente prende-se a nossa chegada à cidade. Sim, minha família é da Paraíba e eu, o mais velho dos seis filhos de Seu Manoel e de Dona Laura. Aqui apeamos, eu com oito anos de idade, em 1952. Fomos morar na Rua Mossoró esquina com a Rodrigues Alves. Uma casa com um quintal imenso, que mais parecia uma granja, tão grande era o pomar. Fruteira de toda a natureza: goiaba, caju, laranja, manga, carambola, sapoti e, uma fruta que chamávamos azeitona. Até hoje não descobri o nome da dita, cuja característica era arroxear a língua quando saboreada.
A Rua Mossoró, continuação da Ulisses Caldas, não tinha calçamento. A pavimentação morria na junção das duas artérias. Lembro-me bem da trilha deixada na terra solta pelos lotações nos seus percursos circulares - quem imaginaria, meu caro, “desfrutarmos” do trânsito caótico de hoje? Por esse caminho, todos os sábados, eu e minha mãe íamos às compras no Mercado Público da Cidade Alta. Aquele mesmo acometido por um incêndio misterioso. Cesto de vime na mão cumpria minha obrigação como um castigo. Naquele tempo proliferavam os verdureiros. Ah, os verdureiros! Dava-me dó ver o esforço daqueles homens vendendo frutas e verduras, numa engenhoca de cipó trançado, com vários compartimentos para cada tipo de produto oferecido aos clientes. Os ombros protegidos por uma rodilha suportavam pesos exagerados.
Com a proximidade do Natal e do Ano Novo começavam as festividades públicas. Dessas, não me sai do pensamento o pastoril. Um tablado elevado armado na avenida formava o cenário para as apresentações das moçoilas: as pastorinhas. Representavam duas facções: os cordões azul e encarnado. As meninas entravam em cena cantando: “Boa noite meus senhores todos!/Boa noite senhoras também!/Somos pastoras, pastorinhas belas./Alegremente vamos a Belém.” Comandava o espetáculo a Diana reinando absoluta num vestido bicolor. Uma banda vermelha outra azul. Nas minhas fantasias juvenis, perdi as contas das vezes em que me imaginei raptando a Diana, para objeto de meus desejos poluídos. Se eu fosse um mago teria minimizado a Diana e a encarcerado na redoma de uma caixinha de música. Assim, ainda hoje, quando me batesse a melancolia, procuraria um refúgio secreto, daria corda no mecanismo da caixa mágica, apenas para ouvir minha Diana soltar a voz e entoar sua canção-tema: “Sou a Diana não tenho partido,/ o meu partido são os dois cordões./Eu peço palmas, peço riso e flores,/e aos meus senhores peço proteção”. Ah, Natal de tantos ontens!
Uma outra lembrança, meu caro Neto, que guardo carinhosamente no lado esquerdo do peito, bem próximo do coração, é a do nosso Atheneu no começo dos anos 60. O Atheneu de Pecado. Líder estudantil sem conotação política, alienado e bagunceiro, mas, respeitado e ouvido. Lembro-me de Pecado uma figura magra, quase esquelética e exótica. Desengonçado, encurvado ao andar e sempre, sempre com um cigarro pendurado no canto da boca. Pecado ensebou muitos trilhos na Junqueira Alves, para bondes escorregarem na rua aladeirada, diante do desespero de motorneiros, cobradores e passageiros. Como não bastasse o transtorno causado, ele e a molecada, de carona nos estribos aumentavam a carga do bonde, para dificultar a subida.
Alcancei o Atheneu no tempo em que Latim, Inglês, Francês e Espanhol faziam parte do currículo. Tive o prazer de assistir aulas de Esmeraldo Siqueira, Floriano Cavalcanti, Protásio Melo e de Dona Olindina. No intervalo das aulas sentávamos no muro do lado da Potengi e ensaiávamos um coro de assovios, para encabular as alunas do Colégio Imaculada Conceição, retornando das aulas do turno matinal. Ah, Natal de tantos ontens!
Pois é, prezado colega, sou tão saudosista quanto você e aqueles que visitam o seu blog. Sua iniciativa foi uma atitude louvável. Tanto é verdade que a satisfação emana do fundo da alma ao encontrarmos neste espaço eletrônico resíduos da história que desfrutamos. E recordando a vivenciamos novamente, pois recordar é viver.
(José Narcélio Marques Sousa)
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14.12.08

I Caminhada Histórica do Natal


Ontem, sábado, 13 de dezembro, realizou-se a I CAMINHADA HISTÓRICA DO NATAL, partindo da Praça André de Albuquerque na Cidade Alta até o Largo da Rua Chile na Ribeira. Prestigiando a caminhada dela participaram e prestigiaram centenas de pessoas desde bebês nos braços dos pais ou em carrinhos empurrados por alguns deles até idosos com quase 80 anos de idade. A ausência de pessoas públicas foi notada por muitos, talvez cansados da 'extenuante' campanha eleitoral encerada a pouco mais de dois meses.
A caminhada iniciou às 16 horas e o passeio permitiu reviver e conhecer grande parte da trajetória histórica de nossa cidade, mostrando nossa arquitetura e diversidade. Não houve a pretensão de se prender a detalhes minuciosos, nas paradas estratégicas jovens professores faziam uma narração sucinta e objetiva de cada monumento.
Além de saudável foi uma forma diferente de se conhecer e entender melhor o tempo e o espaço que vivemos.
No trajeto, iniciado na Praça André de Albuquerque, tivemos oportunidade de ouvir detalhes da história da própria Praça, da Igreja de Nossa Senhora da Apresentação, do Instituto Histórico e Geográfico, do Memorial Câmara Cascudo, da Praça Padre João Maria, da Casa Colonial da Rua da Conceição, do Museu Café Filho, da Praça 7 de Setembro, do Palácio Potengi (Palácio da Cultura), do Palácio Felipe Camarão, da Igreja Presbiteriana de Natal, da Sede da OAB, do Solar Bela Vista, da Capitania das Artes, da Casa de Câmara Cascudo, do Jornal “A República”, do Colégio Salesiano São José (antiga morada de Juvino Barreto), da Praça Augusto Severo, do Museu da Cultura Popular, do Teatro Alberto Maranhão, do antigo Grande Hotel, dos prédios da Rua Tavares de Lira e Rua Chile e adjacências e do próprio Largo da Rua Chile, onde nos aguardava um show musical. O evento foi realizado com o apoio de mais de vinte órgãos, entidades e empresas.
Espero que essa idéia não caia no esquecimento e que no futuro seja incentivada a participação de escolas de toda nossa rede de ensino, podendo inclusive fazer parte de um trabalho escolar dos estudantes.
O Blog Natal de Ontem parabeniza os promotores e participantes.
Fonte: Roteiro da I Caminhada Histórica do Natal.
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11.12.08

Escola de Engenharia de Natal

11 de Dezembro: Dia do Engenheiro e do Arquiteto.
Aproveito para publicar algo sobre a Escola de Engenharia de Natal, que surgiu da preocupação do governador Dinarte de Medeiros Mariz, em face do pequeno número de engenheiros no estado. Esse fato foi importante para a criação de uma escola de engenharia no estado.
A Lei Estadual nº 2045, de 11.09.57 criou a Escola de Engenharia de Natal para funcionamento previsto a partir de 1960, e pela Lei nº 2.452, de 16.11.59, passou a se denominar Escola de Engenharia da Universidade do Rio Grande do Norte. Com a promulgação do Decreto Federal nº 47.438, de 15.12.59 recebeu licença da Diretoria de Ensino Superior do Ministério da Educação e Cultura para funcionar a partir de 1960, depois de cumpridas as exigências formais para a liberação do curso.
Com o currículo definido, o corpo docente selecionado, o pessoal de apoio administrativo escolhido, as monografias dos professores aprovadas, as acomodações preparadas e móveis e equipamentos adquiridos, a Escola estava apta a realizar o exame vestibular e iniciar o primeiro curso de Engenharia Civil do Rio Grande do Norte.
Os primeiros professores nomeados, após apresentação de prova de títulos e defesa de monografia, foram Geraldo de Pinho Pessoa, Ubiratan Pereira Galvão, Célio de Carli, Aurino Borges, Nilson Rocha de Oliveira, Kleber de Carvalho Bezerra, José Henriques Bittencourt, Edilson Medeiros da Fonsêca, Moacir Maia, Clóvis Gonçalves dos Santos, José Nilson de Sá, Juarez Pascoal de Azevedo, Carlos Augusto de Araújo, Renato Gomes Soares, José Mesquita Fontes, Milton Dantas de Medeiros, Wilson de Oliveira Miranda, Rômulo Rubens Freire Pinto, Malef Victório de Carvalho, José Bartolomeu dos Santos, Antônio Ramos Tejo, Adriano Duarte Vidal Silva, José Antomar Ferreira de Souza, Fernando Cysneiros, Hélio Varela de Albuquerque, Gilvan Trigueiro, Marcelo Cabral de Andrade e Dirceu Victor de Hollanda. Em 27.11.59 foram nomeados Fernando Cysneiros e José Bartolomeu dos Santos, diretor e vice-diretor da nova Escola.
A solenidade de instalação da Escola de Engenharia aconteceu em 21 de dezembro de 1959, no anfiteatro da Maternidade Januário Cicco. Estavam presentes, entre outros, o Governador do Estado Dinarte Mariz, o vice-governador José Augusto Varela, o reitor Onofre Lopes, o presidente do Tribunal Eleitoral Carlos Augusto Caldas da Silva, o bispo auxiliar da Arquidiocese de Natal Eugênio de Araújo Sales, o deputado federal Teodorico Bezerra e o corpo docente da escola.
No dia 16 de março de 1960, no pavimento superior da sede da Escola de Engenharia, na Rua Padre João Manoel, o professor Juarez Pascoal de Azevedo proferiu a aula inaugural na sessão solene de instalação do primeiro curso de Engenharia Civil do Rio Grande do Norte.
A primeira turma da escola era composta de Evandro Costa Ferreira, Jário Pereira Pinto, José Ivaldo Borges, Joaquim Elias de Freitas, Liacir dos Santos Lucena, Romeu Gomes Soares e Walter Araújo, os primeiros engenheiros formados pela Escola.
O Centro de Tecnologia da UFRN, sucedeu a Escola de Engenharia e está estruturado em sete departamentos: Arquitetura e Urbanismo, Engenharia Civil, Engenharia Elétrica, Engenharia de Materiais, Engenharia Mecânica, Engenharia de Produção e Têxtil e Engenharia Química e onze cursos de graduação: Arquitetura e Urbanismo, Engenharia Civil, Engenharia de Computação, Engenharia Elétrica, Engenharia de Materiais, Engenharia Mecânica, Engenharia de Produção, Engenharia Química, Engenharia Têxtil, Cooperativismo e Zootecnia .
Dados extraídos do livro História da Escola de Engenharia da UFRN de José Narcélio Marques Sousa. (2003).
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8.12.08

Tábua das Marés - Porto de Natal

Acrescentamos em Outros Links e Blogs o link da Tábua das Marés para o Porto de Natal. Atualizaremos mensalmente.

720 a 735 Não poderemos esquecer...

Propaganda dos Anos 60 - Tarcísio Meira e Glória Menezes (Ducal)

735.- Da magia dos mergulhos no Poço do Dentão;
734.- Da viúva Salomé, que frequentava todas as missas;
733.- Das meninas da 25 de Dezembro;
732.- De Luis Rola, o rei das Rocas e de suas brigas;
731.- De Luís Tavares, o gladiador ds esquinas e rei dos bares;
730.- De Luiz Gonzaga cantando na Festa da Mocidade, na Praça Pio X;
729.- De que a 15 de Novembro era o puteiro do dia-a-dia;
728.- De que a Rua José de Alencar se chamava Rua da Estrela;
727.- Das histórias e fábulas de Pedro Bala;
726.- Do Dr. Choque e sua resposta padrão: "É o boga da mãe!";
725.- Do "roubo" de galinhas no Sábado de Aleluia;
724. -Do Refoles, que relembra o corsário Francês Riffault, alí no Alecrim;
723.- Dos comícios de esquerda no Grande Ponto;
722.- Dos mergulhos no Cais da Rua Tavares de Lyra;
721.- Dos pastoris encantados de Miguel Leandro;
Vídeo enviado por Minervino Wanderley e citações extraídas do livro Autobiografia-Poemas do "Mbururicha Ojuara" Nei Leandro de Castro (2008).>

5.12.08

Provérbios populares.

Rua Jundiaí.

Os provérbios são máximas ou sentenças de cunho moral sobre as ações humanas que nasceram da vivência e experiência popular. Expressam de modo conciso essa experiência acumulada pelo povo e ilustram a chamada sabedoria popular. São também conhecidos como adágios, ditados, anexins ou ditos populares.
São transmitidos de boca em boca, de geração em geração. Expressam, em suma, a filosofia popular. Selecionamos alguns provérbios bastante conhecidos e usados por nós:



A mentira tem pernas curtas.
A ocasião faz o ladrão.
A pressa é inimiga da perfeição.
Água mole em pedra dura, tanto bate até que fura.
Amigos, amigos; negócios, à parte.
Amor com amor se paga.
Cada louco com sua mania.
Cão que ladra não morde.
Casa de ferreiro, espeto de pau.
De médico, poeta e louco, todo mundo tem um pouco.
Desgraça pouca é bobagem.
Devagar com o andor, que o santo é de barro.
Dois bicudos não se beijam.
É melhor prevenir que remediar
Em boca fechada não entra mosca.
Filho de peixe, peixinho é.
Macaco velho não mete a mão em cumbuca.
Nem tudo que reluz é ouro.
Nunca digas: desta água não beberei.
Para bom entendedor meia palavra basta
Quando um não quer, dois não brigam.
Quem canta seus males espanta.
Ri melhor quem ri por último.
Um dia é da caça, outro do caçador.
Uma andorinha só não faz verão.

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2.12.08

Expressões populares

Iate Clube do Natal

"... a vida não me chegava pelos jornais nem pelos livros.
Vinha da boca do povo na língua errada do povo.

Língua certa do povo.
Porque ele é que fala o gostoso português do Brasil..."




A pesquisa, o registro e a reunião de vocábulos e expressões populares, principalmente no Nordeste do Brasil, foi sempre uma preocupação para pesquisadores e folcloristas como Luís da Câmara Cascudo, entre outros.
O povo é que faz a língua, adicionando termos e expressões. É importante salientar que a maioria das expressões populares existentes no português falado no Brasil, tem origem no Norte e Nordeste, onde a língua falada e escrita foi muito enriquecida por causa do processo de colonização.
Por ser um país de proporções geográficas enormes, o Brasil possui muitas expressões lingüísticas regionais: o linguajar gaúcho, com influências das suas fronteiras; a influência portuguesa, no linguajar nortista; o modo do nordestino se expressar; a gíria carioca; expressões típicas usadas pelos mineiros e paulistas. Hoje, com a tecnologia eletrônica e as facilidades na comunicação entre as pessoas, as expressões populares “viajam” pelo território nacional, tornando-se mais conhecidas. Até as novelas de televisão as utilizam.
Algumas expressões populares típicas do Nordeste e de Natal:


a torto e a direito- indiscriminadamente;
abestado – bobo, abestalhado;
aboletar-se – instalar-se;
acocho –aperto, arrocho;
amofinado – aborrecido, infeliz;
aperreado – nervoso, preocupado;
arretado – irritado ou então algo muito bom;
assim ou assado – de uma maneira ou de outra;
assobiar e chupar cana- fazer duas coisas ao mesmo tempo;
atanazar – aborrecer, importunar;
atirar pedra em casa de marimbondo- mexer com quem está quieto e se arriscar;
bagunçar o coreto – anarquizar, cometer desordem;
balela – boato, conversa fiada;
bater o facho – morrer;
berloque – pingente, enfeite;
birinaite – bebida alcoólica;
bisaco – saco, sacola;
botar as barbas de molho – tomar as devidas precauções;
brocoió – medíocre, caipira;
bugigangas – coisas sem valor;
cabreiro – desconfiado;
cachete – comprimidos, pílulas;
cafua – depósito, lugar pequeno;
cafundó – lugar muito longe;
cascavilhar – procurar, investigar;
chamaril – coisa para chamar a atenção;
chinfrim – coisa ordinária;
cutucar o cão com vara curta – mexer com quem está quieto e se arriscar;
deforete – tomar uma brisa, ao ar livre;
degringolar – desordenar, desorganizar, algo que dar errado;
derna – desde
destambocar – tirar pedaço;
destrambelhada – desajustada metal;
empeiticar – importunar;
empiriquitado – enfeitado;
encangado – junto, pregado;
espoletado – danado da vida, com raiva;
estrambólico – extravagante, esquisito;
faniquito – desmaio, chilique;
fiofó – traseiro;
fuleiro – sem muito valor, ordinário;
fulustreco – fulano;
fuzuê – barulho, confusão;
gaitada – risada estridente, gargalhada;
gastura – incômodo, mal-estar;
goga – contar vantagem, vaidade;
guenzo – magro, esquelético;
inhaca – mau cheiro, catinga, fedor;
inté – até logo;
jururu – triste, pensativa;
labrugento ou lambugento – serviço malfeito;
lambança – desordem, barulho;
levar gato por lebre – ser enganado, logrado;
levar desaforo pra casa – acovardar-se, não reagir;
macambúzio – tristonho, pensativo;
malamanhado – desarrumado;
manzanza – preguiça, demora;
mundiça – gente sem educação;
nadica – nada;
nopró – indivíduo difícil;
nos trinques – nos conformes;
oião – curioso, enxerido;
onde o diabo perdeu as botas – lugar ermo, distante;
pantim – exageros, espantos;
peba – coisa ordinária;
peitica – insistência incômoda;
pendenga – assunto por acabar;
penduricalho – enfeite;
pé-rapado – pobretão;
pinicar – beliscar;
pinóia – expressão de aborrecimento;
piripaque – passar mal;
potoca – mentira;
rabiçaca – sacudidela, movimento;
salceiro – barulho, confusão;
samboque – pedaço;
sorumbático – tristonho, pensativo;
sustança – força, vigor;
trepeça – algo que não serve pra nada;
virar defunto – morrer;

virar o copo - ingerir bebida alcóolica;
Foto enviada por Carlos Pachêco

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