30.11.08

Frei Damião de Bozzano


"Pio Giannotti, nasceu a 5 de novembro de 1898, em Bozzano, vilarejo da cidade de Massarosa, a 460 quilômetros de Roma. Filho de Félix Giannotti e Maria Giannotti, camponeses humildes e devotos.
Desde cedo, Pio demonstrava inclinação para o sacerdócio. Iniciou seus estudos religiosos na Escola Seráfica de Camigliano em 1910. Aos 12 anos de idade seguiu a inclinação natural que o levaria quatro anos depois, já com 16 anos, ingressar na Ordem dos Capuchinhos, no Convento de Vila Basílica. E ao receber o hábito escolheu o nome de Damião.
Em 1917, aos dezenove anos, Pio Giannotti foi convocado juntamente com seus irmãos capuchinhos, pela Força Militar do Exército, para servir na frente de batalha da Primeira Guerra Mundial. Após o término da guerra ele ainda permaneceu por 3 anos acampado na região de Zarra, fronteira da Itália disputada com a antiga Iugoslávia. Este foi um período da sua vida que lhe deixou profundas e amargas recordações, por ter presenciado enorme carnificina.
Em 1923, quando retornou ao Seminário, foi ordenado sacerdote, na Igreja de São João Latrão em Roma. Neste período ingressou no Colégio Internacional, onde cursou Teologia, Filosofia e Direito Canônico. Concluídos estes estudos, matriculou-se na Universidade Gregoriana e doutourou-se em Teologia Dogmática. Voltou para o convento de Vila Basílica, para assumir o cargo de vice-mestre de noviços, onde passou a lecionar até 1931. Neste mesmo ano, foi convidado pelos seus superiores a fazer uma escolha entre duas opções: permanecer na profissão de professor ou ser missionário no Brasil. Frei Damião seguiu a voz do coração e decidiu pela missão de evangelizar. Dias depois embarcou no navio Cante Rosso, rumo ao Brasil. Desembarcou no Rio de Janeiro e no dia seguinte seguiu para o Recife, Pernambuco. Hospedou-se na Basílica de Nossa Senhora da Penha e adotou o nome de Frei Damião, com o designativo de sua terra natal Bozzano.
Celebrou sua primeira missa no Brasil, em 05 de abril de 1931, na cidade de Gravatá, agreste pernambucano, no mesmo ano em que chegou ao País. No mês seguinte passou três dias consecutivos ouvindo os fiéis, em confissão. Esta atitude do Frei, deu-lhe grande prestígio, conquistando a admiração da população católica daquela região.
Logo no início ele tinha dificuldades em se comunicar com os fiéis. Utilizava uma linguagem gestual, que logo se desfez, quando passou a conhecer melhor a língua portuguesa.
De 1939-1945, período em que ocorreu a Segunda Guerra Mundial, Frei Damião, foi proibido de realizar missões, devido a sua origem italiana, permanecendo recluso em um convento em Maceió até 1945.
À medida que os anos foram passando Frei Damião tornou-se mais conhecido no
Nordeste. Em suas missões e romarias pelos lugarejos mais distantes da Região, reunia milhares de fiéis das localidades visitadas e romeiros das regiões vizinhas, que caminhavam quilômetros a pé ou viajavam em caminhões para assistir ao grande ato de fé.
Durante as caminhadas ele fazia casamentos coletivos, batismos e sermões, dava comunhão, ouvia confissões. Iniciava seus trabalhos de peregrinação às quatro da madrugada. Saía em procissão por ruas e estradas, em busca das comunidades mais distantes e necessitadas, acordando todos com o badalar de um sino, cânticos e orações.
Devido as suas intensas peregrinações pelo interior do Norte e Nordeste do Brasil, pregando o evangelho à grande número de pessoas, ficou conhecido como o andarilho de Deus.
Foi o único pregador que visitou o Nordeste em missão Franciscana, recebeu centenas de medalhas e condecorações, inclusive títulos de cidadão honorário em 27 cidades.

Na literatura de Cordel, Frei Damião foi motivo de inspiração para muitos poetas e escritores cordelistas, que escreveram centenas de folhetos relatando a sua vida missionária, seus milagres, testemunhos e sobre seu prestígio popular.
Com o passar dos anos, a intensa vida missionária produziu-lhe uma progressiva deformação causada por problemas de cifose (corcunda) e escoliose, que lhe causou dificuldades na fala e na respiração.
Os últimos anos de vida do Frei Damião de Bozzano foram muito sofridos. Segundo os médicos que o assistiam, desde jovem ele sofria de insuficiência cardiovascular periférica e erisipela, doenças que se agravaram com o tempo, devido as longas peregrinações por cidades empoeiradas.
Em virtude do cansaço e da idade avançada, seu estado de saúde foi se agravando a ponto de tornar-se irreversível. Após 19 dias de coma profundo, veio a falecer aos 98 anos de idade, no dia 31 de maio de 1997, às 19 horas, no Hospital Real Português, no Recife".
(Fonte: Fundaçao Joaquim Nabuco)
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26.11.08

Faróis de Natal


Desde o ano de 1858, Natal, contava com a presença do Farol Reis Magos, situado dentro do forte homônimo, à margem do rio Potengi.
Era um farol de médio porte, com precários recursos de visibilidade e alcance luminoso precários, que merecia ser substituído desde o início da década de 1940, com o advento da Segunda Guerra Mundial. Paralelamente, a cidade se expandia, aumentando também as exportações de açúcar, algodão e sal.
No ano de 1948, a Diretoria de Hidrografia e Navegação aprovou a edificação de um novo farol. O local escolhido foi uma área cedida pela Prefeitura no bairro de "Mãe Luíza".
Durou cerca de dois anos a construção da torre de alvenaria do Farol Natal, cujo nome definitivo, escolhido pela população, ficou como Farol de Mãe Luíza. A sua lanterna, confeccionada pela Oficina de Faróis da Diretoria de Navegação, possui uma seção horizontal, com a forma de um polígono de 18 lados, inscrita em um círculo com 2,60 metros de diâmetro.
O farol, por sua vez, possui um aparelho lenticular da Barbier, Bernard & Turènne, com 375 mm de diâmetro focal e uma fonte luminosa de 1.000W que permanecem instalados até o presente. Pela complexidade e qualidade dos seus equipamentos, o farol necessita de cuidados permanentes por parte de uma equipe técnica especializada e o seu facho tem um alcance de 44 km, em caso de falta de energia o sistema alternativo de gás, operado manualmente, entra em funcionamento.
Quando o Farol de Mãe Luíza foi inaugurado em 1951, concomitantemente, foi desativada a luz do Farol Reis Magos, depois de ter prestado quase um século de bons serviços à segurança dos navegadores.
Localizado no bairro de Mãe Luiza, próximo à praia de Areia Preta e no alto das dunas, o farol marítimo, que recebe o mesmo nome da velha parteira que também deu nome ao bairro, possui uma torre de 37 metros de altura, 87 metros em relação ao nível do mar, com 151 degraus em uma escada helicoidal. A recompensa pelo esforço da subida é uma das mais belas e imponentes vistas da cidade e praias vizinhas, desde o Morro do Careca, ao sul, ao Morro de Jenipabu, ao norte, além da Ponte Forte-Redinha. Durante muitos anos foi pintado em losangos alvinegros, hoje a sua pintura é toda branca. O farol é administrado pela Capitania dos Portos e sempre está aberto a visitas pelo público.
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24.11.08

Luís Inácio Maranhão Filho.


Nasceu em Natal (RN), em 25 de janeiro de 1921, filho de Luís Inácio Maranhão e Maria Salomé Carvalho Maranhão. Desaparecido aos 53 anos. Ex-deputado estadual, advogado, jornalista e professor universitário.
Em 1964 esteve em Cuba, juntamente com Francisco Julião, e, no mesmo ano, com o Golpe Militar, foi cassado pelo AI-1.
Foi preso em São Paulo, no dia 3 de abril de 1974, em uma praça, fato testemunhado por diversas pessoas que tentaram socorrê-lo, pensando tratar-se de um assalto comum. Algemado, foi conduzido em um veículo usado para transporte de presos.
Em maio de 1974, sua esposa denunciou que ele estava em São Paulo sendo torturado pelo delegado Sérgio Paranhos Fleury, por meio de carta encaminhada ao MDB e lida na Câmara Federal pelo então secretário-geral do partido, deputado Thales Ramalho.
Em 8 de abril de 1987, a Isto É, da matéria “Longe do ponto final”, publica declarações de ex-médico e torturador Amílcar Lobo (cassado em 1989 pelo Conselho Federal de Medicina), que reconheceu Luís Inácio no DOI-Codi.
(dhnet.org.br)
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21.11.08

Natal na II Guerra


Com a sua atividade turística, basicamente sustentada pelo binômio “sol & mar”, a cidade do Natal, ao longo dos anos, tem deixado escapar a oportunidade de fomentar novos negócios, a partir da exploração do chamado “turismo histórico” – um nicho de mercado que gera divisas em vários destinos do mundo.
Que Natal foi uma cidade abençoada pela Mãe Natureza, ninguém duvida. Incrustada no encontro do rio Potengi com o Oceano Atlântico, sua beleza é ímpar. Suas praias, com suas águas mornas, têm sido procuradas por turistas nacionais e internacionais. A proximidade com os continentes europeu e africano lhe põe em posição privilegiada no cone sul-americano.
Mas Natal, além de bela, teve seus momentos de glória. Em razão exatamente dessa localização geográfica, que a colocou em meio ao maior conflito da História, que foi a Segunda Guerra Mundial, a cidade escreveu seu nome no cenário mundial. Ao servir de apoio às tropas americanas que se dirigiam aos combates na Europa e África, Natal contribuiu, de forma, significativa, para o sucesso dos aliados.
Aqui, em 1942, foi construída a maior base americana fora dos Estados Unidos. Aos cerca de 35.000 natalenses se juntaram mais de 10.000 soldados americanos, fato que alterou a feição da cidade, deixando-a com ares “americanizada”. Em razão disso, os hábitos dos natalenses foram profundamente alterados, como, por exemplo, as moças passaram a fumar, a beber e a freqüentar bailes, no mais perfeito estilo americano.
Natal perdia aos poucos suas características de cidade pequena. Seus habitantes que até então levavam uma vida modesta e tranqüila, passaram a fazer parte de um local que passou a tomar, inclusive, um aspecto cosmopolita, com a passagem pela cidade de pessoas de outras nacionalidades, com direito a figuras importantes, como D. Francis J. Spellman (arcebispo de Nova York), Bernard (príncipe da Holanda), Higinio Morringo (presidente do Paraguai), Sra. Franklin D. Roosevelt (Primeira-dama dos Estados Unidos), Sr. Noel Cherles (embaixador do Reino Unido no Brasil), a madame Chiang Kai Chek (primeira-dama de Formosa), T. V. Soong, ministro das Relações Exteriores da China, os atores Humphrey Bogart, Clark Gable, o músico Glenn Miller, o cantor Al Johnson, entre outras personalidades.
Mas, o que restou de tudo isso? Qual a herança histórica de Natal? Quase nada. Enquanto vemos cidades como Casablanca, no Marrocos, também por sua condição geográfica, teve importante papel na Guerra, servindo, inclusive, de pano de fundo para um clássico do cinema, Natal mereceu um registro, acanhado, diga-se de passagem, quando aqui foi filmado “For All – O Trampolim da Vitória”.
Não dá para se entender como não temos um museu preservando um momento ímpar da nossa história. Quantos turistas, principalmente americanos seriam atraídos por esse pedaço da História? Infelizmente continuamos com o mesmo espírito pequeno, quando os feitos dos outros são mais importantes que os nossos.
Personagens como Maria Boa e Zé Areia têm que ser resgatados. Eles não podem, nem devem, existir somente na memória dos antigos. Eles fizeram parte, de forma ativa, daquela Natal.
Maria Boa com seu bordel que encantou aos americanos, sendo merecedora de uma homenagem, quando pilotos dos famosos B-25 pintaram uma escultura sua em dos aviões.
Flávio Silva, no seu trabalho Natal na Segunda Guerra Mundial: influência americana e prostituição feminina conta que “cercada por muros altíssimos, iguais às fortalezas de guardar donzelas nos tempos medievais, protegida dos olhares indiscretos e sombreada por enormes mangueiras, a boate de Maria Boa, principalmente durante a Segunda Guerra Mundial, estava para a boêmia local e internacional assim como o Maracanã está para o futebol mundial”.
Zé Areia, com sua “verve”, fez rir toda uma geração. Sua convivência com os soldados americanos é merecedora de obra literária. Seu “comércio” de papagaios com os soldados tem passagens hilárias.
Sobre venda de papagaios para americanos, há uma memorável passagem do nosso herói. Ele vendeu um papagaio muito novo, que tinha até uma ferida na cabeça. Para cobrir o ferimento, ele colou um selo postal. Como o americano estranhasse, ele foi rápido: “Com este selo, ele já está pronto para passar pela alfândega. Fiscalização muito exigente!”. Figuras como Maria Boa e Zé Areia têm que ser eternizadas. Os visitantes precisam conhecer nossa história. Infelizmente pouco, ou quase nada tem sido feito visando isso.
Mas nada está perdido. Temos pessoas que se interessam por isso. Que amam Natal. Falta o poder público colocar essa parte da nossa história como prioridade, que Natal terá um dos maiores chamarizes turísticos do Brasil. É pagar para ver.
Minervino Wanderley (2006)

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18.11.08

706 a 720 - Não poderemos esquecer...

Foto: O Bairro do Tirol nos anos 50

Dos produtos e medicamentos de antigamente, como...
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720.- A Água Inglesa e Polvilho Granada;
719.- O Mercúrio Cromo vermelho e Pomada Mercurial;
718.- O Tônico de Saúde da Mulher;
717.- A Salsaparrilha e Óleo de Rícino;
716.- O Breu com ôvo para pancadas;
715.- O sumo de pião roxo para sarar feridas;
714.- A compressa de folha de Corama;
713.- Os chás de pepaconha, sena ou sabugueiro com Melhoral (é melhor e não faz mal);
712.- O Bizmute e Emulsão De Scott;
711.- O Elixir 914 e Elixir Paregórico;;
710.- As Pílulas do Dr. Ross e a Violeta Gensiana;
709.- O Postafém (para aumentar a bunda);
708.- O Sabão Aristolino para desinfetar e o pó de café para fechar o corte;
707.- A Benzetacil de 500mg para curar blenorragia;
706.- As Pílulas de Vida do Dr. Humphrey's e de seu almanaque;
Enviadas por Salésia Dantas.
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15.11.08

Alguns tópicos sobre Natal.

Discussão de uma Tradição quanto à fundação.
Quanto à fundação de Natal há uma controvérsia que envolve três aspectos: Quem é o fundador e a data da fundação e o nome da cidade?
Em relação à fundação, há três hipóteses: uma tradicional, que atribui a fundação a Jerônimo de Albuquerque; uma baseada no princípio da autoridade que atribui a fundação de Natal a Manoel Mascarenhas Homem; e uma terceira, pois o historiador Luiz Câmara Cascudo considera em seu livro “Rio Grande do Norte”, que o provável fundador da capital do nosso estado tenha sido João Rodrigues Colaço.
Quanto à data da fundação da cidade.
Grande parte dos historiadores afirmam que a cidade de Natal foi fundada no dia 25 de dezembro de 1599, como é o caso do estudioso Hélio Galvão, que afirma não haver prova documental. Além desta data, a hipótese levantada por Olavo de Medeiros Filho, diz: ‘’A Cidade dos Reis pode ter sido fundada no dia 6 de janeiro de 1600 no dia de Reis...’’(Olavo de Medeiros Filho).
Quanto ao nome de Natal.
O nome cidade do Natal ou simplesmente Natal, antes teve vários locativos, nos seus primeiros anos de existência. Frei Vicente Salvador chama de ‘’Cidade dos Reis, como já foi citado acima. Em outro momento foi chamada de Nova Amsterdã, Rio Grande e Sant’Iago, esse último para homenagear o padroeiro da Espanha. Na realidade, este vocativo não criou raízes porque, apesar de Portugal estar subordinado ao domínio espanhol de então, a nossa colonização era totalmente portuguesa.
No entanto o nome Natal, veio surgir no ano de 1614, no Auto da Repartição das Terras do Rio Grande do Norte, realizado pelo Capitão-Mor de Pernambuco, Alexandre Moura, aos 21 de fevereiro de 1614.
(Revista do Instituto História e Geográfico do Rio Grande do Norte, Typografia do Instituto, vol. VII,Nº 1 e 2 ).
Três séculos de lentidão
Século XVII
Os primeiros anos de vida da cidade de Natal foram anos difíceis, paupérrimos.
Os holandeses governaram o Rio Grande do Norte entre 12 de dezembro de 1633 até fevereiro de 1654. Ao se retirarem em 1654, deixaram um legado de exploração de massacres religiosos e destruição.
É importante lembrar que oito anos depois da retirada dos holandeses, Natal elegeu o primeiro senado da câmara em 16 de Abril de 1662, conforme relata Câmara Cascudo na “História da cidade do Natal”
Século XVIII
Somente neste século foi que Natal, começou a adquirir sua fisionomia urbana tradicional. Os dois primeiros bairros foram: Cidade alta e Ribeira – se consolidaram assim as primeiras ruas.
Ao logo do século XVIII se construíram três igrejas, sendo uma na cidade alta e outra na Ribeira.
Câmara Cascudo informa que em 1759, a cidade tinha ‘’quatrocentas braças de comprimento e de largo cinqüenta, com cento e dezoito casas.
Século XIX
A partir de meados do século XIX, a paisagem urbana de Natal começou a crescer, com a construção de vários prédios.
Antônio Bernardo de Passos, para socorrer as vítimas da cólera-morbos, construiu o prédio do Hospital de Caridade, imóvel ocupado pela Casa do Estudante. Construiu, também, o cemitério do Alecrim, inaugurando–o em Abril de 1856. Três anos depois surgiu na paisagem da cidade, o edifício Atheneu Norte Riograndense.
O bairro da Ribeira ganhou no ano de 1869, o Cais 10 de Junho, chamado depois de Cais Pedro de Barros e somente no século XX, passou a ser chamado Cais Tavares de Lira.
Enfim no ano de 1896, o governador Joaquim Ferreira Chaves proporcionando um status de metrópole à cidade de Natal, iniciou a construção do Teatro Carlos Gomes, chamado atualmente de Teatro Alberto Maranhão. (Jornal Ribeira Cultural)
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12.11.08

691 a 705 - Não poderemos esquecer...

Foto: Encerramento do Carnaval do América no Grande Ponto (Quarta-feira de Cinzas de 1966)
Do Ginásio 7 de Setembro e ...

705.- Do orgulho dos alunos por estudar em colégio mixto,
704.- Da Inspetora Federal dona Leonor Cunha,
703.- De Eulício Farias de Lacerda, professor de português
702.- Das professoras de francês, Núbia, Cléa e Eugênia,
701.- Geraldo e Zélia Santiago professores de Latim,
700.- Da cantina de seu Geraldo em baixo da escada,
699.- De seu Raimundo que como seu Viana prestava serviços gerais.....
698.- Do galinheiro e das fruteiras de Dona Maroquinha por trás da quadra de basquete,
697.- Dos cubanos que lá se hospedaram por ocasião do Congresso Latino Americano de Estudantes, em 1961,
696.- De Oscar Nogueira e Hebe Marinho que moraram no 2° andar, êle ensinando Desenho, ela Francês,
695.- Da secretária Teresinha,
694.- De João Pereira, piauiense, professor de História criticando os estado do Maranhão e defendendo o Piauí,
693.- Do Prof.Murilo de Ciências,
692.- Do professor Melquíades de Inglês e do seu entusiasmo quando retornou da 1ª viagem aos Estados Unidos,
691.- Das aulas de Matemática e Educação Física de Tião Cunha,
Foto enviada por João Perboyre e citações por Geraldo Gereba Melo, Salésia Dantas e Manoel Neto.
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9.11.08

De 676 a 690 - Não poderemos esquecer...

Cerimônia no Estádio Juvenal Lamartine com desfile em frente à Tribuna de Honra.

690.- Da segurança que oferecia a cidade, podendo-se andar a pé sem medo de assalto, por toda Natal;
689.- De encher bolas de futebol na Casa Real, onde hoje é a Assembléia Legislativa;
688.- Do Francesinha Clube, vizinho ao Estádio João Câmara;
687.- Do Rio do Baldo, onde se 'pegava' piabas e pitus d'água doce;
686.- Das travessiss para a Redinha na canoa de 'seu' Fortunato;
685.- Dos Festivais de Chopp das Lojas Maçônicas, geralmente na Assen;
684.- Das festas domingueiras no Ajópolis, Associação dos Jovens de Petrópolis;
683.- Do Alecrim Clube (Coice da Burra) e do Quintas Clube;
682.- Do puteiro de Matilde (ainda vive), na Praia do Meio;
681.- Da Sorveteria de 'seu' Aracati, na esquina da Rua João Pessoa com a Av. Rio Branco;
680.- Da primeira "choparia" de cidade: Chico Chopp, na Rua João Pessoa;
679.- Dos músicos Lelé e Mainha, que tantas alegrias deram ao foliões natalenses;
678.- Da farda do Salesiano na côr caqui, camiss com mangas compridas e com galões nos ombros que identificavam a série do aos dos alunos;
677.- Do Bar de Salete, vizinho a Rodrigues Fotógrafo, com aquêle sanitário imundo;
675.- Das festas na Casa do Estudante;
Enviadas por Carlos Augusto Queiroz e Djailson William dos Santos.
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8.11.08

Saudosa Maloca

Éramos crianças, amávamos os Beatles e os Rolling Stones. Fazíamos parte de uma geração de ouro. Tínhamos Pelé, Garrincha, Tom Jobim, Vinícius, Chico Buarque entre muitos outros que se destacavam e se destacam até hoje. Éramos colegas, amigos. De uma união tão forte, que alguns se tornaram irmãos e hoje com certeza, temos outra turma, não de formandos, mais de uma família que teve a sua origem na Escola de Engenharia. Éramos rebeldes, corajosos, inovadores a tal ponto que nos tornamos lendários e ainda hoje somos lembrados. Contam as nossas histórias pela Universidade. Ganhamos um nome. “Turma de 70”. Alex Nascimento, Ayrton Guerreiro, Antônio Garcia, Antônio João, Augusto Guga Leal, Carlos Cortês, Carlos Limarujo, Clovis Veloso, Efábio Peixoto, Mano Dantas, Pancrácio Madruga, Francisco Roberto, Fernando Leitão, José Dantas, José Brilhante, José Williams, Klaus Nóbrega, Laio Alceu, Lulu Flor, Lúcio Flavo, Luis Gonzaga, Beto Melo, Luis de Souza, Manoel Enéas, Manoel Jackson, Maria Lúcia, Marcos Alberto, Marcos Dourado, Oriano, Paulinho Cavalcanti, Rui Santiago. Esses eram os nossos “nomes” de guerra.
O tempo passou, vamos completar trinta e dois anos de formados, permanecemos “quase” que unidos. Houve poucas mudanças, mudanças até aceitáveis quando temos conhecimento maior da genética e sabemos que algumas pessoas se modificam com a idade. Poucos modificaram de comportamento, outros fizeram plásticas, (homens) só tenho medo que inventem de colocar silicone nos peitos ou na bunda. Mas deixa pra lá, o importante é que nesta vida cumprimos (até agora) com nossa missão. Os nossos professores eram verdadeiros amigos, tão amigos a ponto de se juntarem as nossas brincadeiras e se tornarem parte da turma. Adriano Vidal, Antomar Ferreira, Antônio Melo, Aurino Borges, Clovís Gonçalves, Daniel Holanda, Dirceu Holanda, Emanoel Lago, Fernando Guerreiro, Fernando Cysneiros, Fernando Nóbrega, Genário França, Geraldo Pinho, Gilvan Trigueiro, Hélio Varela, João Maurício, Joaquim Elias, José Bartolomeu, José Bitancourt, José Pereira, Wilson Miranda, Ubiratan Galvão, Rômulo Pinto, Roberto Limarujo, Juarez Pascoal, Renato Soares, Otávio Santiago, Nilson Rocha, Nicanor Maia, Kleber Bezerra, Lindolfo Sales, Luciano Bezerra, Luciano Coelho, Luis Jorge Leal, Malef Vitório, Marcelo Cabral, Milton Medeiros, Munir Aby Farah, Newton Rodrigues, assim eram conhecidas as “feras” que nos aturaram durante cinco anos. Quero lembrar também o amigo Romeu Aranha, na época secretário da escola, que vez por outra ficava p da vida com a turma, mas é uma grande alma e logo perdoava as nossas traquinices. A nossa turma era diferente, alegre, a ponto de fazermos teatro dentro da sala de aula, e todos sem exceção faziam parte do elenco, até os professores. Certa vez José Pereira comentou que ia dar um arrocho na prova final, última do curso. Pois bem, montamos um esquema e passamos a rastrear os passos de Pereira no dia anterior a prova. Encontramos a prova rasgada em pedacinhos as onze horas da noite. Conseguimos recompor três das quatro questões. Convocamos a turma e fomos para um grupo escolar resolve-las. Chegamos todos em classe para fazermos a prova com ela já resolvida. Pereira distribui a prova e diz que são quatro questões, mas basta resolver três. Olhamos um para o outro e fizemos um ar de riso. Pereira anuncia quatro horas de prova. Aí começou o espetáculo, era gente suando frio porque o tempo era pouco, disenteria, vômitos Etc. Finalmente Pereira ficou tão nervoso, parou a prova, fez uma prelação, pediu calma e deu mais meia hora de prova. Salvaram-se todos.Em outra ocasião, entramos na sala de aula marchando, com Munir dando aula. Como a sala tava cheia até a metade, nos dirigimos em fila indiana até o final, marchando, Alex era o corneteiro. Quando íamos nos sentarmos ouvimos o grito de Muni
- PELOTÃO SENTIDO. MEIA VOLTA, VOLVER, EM FRENTE, MARCHEM.
De pronto as ordens do comandante (professor) foram atendidas. Marchamos de volta. No
comando, Alex e sua corneta (feita na boca). Chegamos na última fila de carteiras, Muni abriu à porta e gritou – A DIREITA, MARCHEM, diplomaticamente colocou todo o pelotão para fora da sala de aula. A nossa colação de grau foi uma grande festa, em conjunto com as outras escolas e faculdades, na Praça Cívica, hoje novamente Pedro Velho. O reitor era Genário Fonseca. Na hora do juramento todos estiraram o braço direito para frente. Alex era um dos primeiros da fila, em vez do braço, levanta a beca, fica de costas e mostra a bunda (estava só de beca) para todos convidados. Foi um reboliço, Genário ficou mais vermelho ainda, mas fazer o que?
Era assim a nossa maloca, alegre, amiga, atributos que graças a Deus conservamos, trinta e sete anos depois.
(Augusto GUGA Coelho Leal)
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6.11.08

De 661 a 675: Não poderemos esquecer...

Foto: Palácio dos Esportes Djalma Maranhão.
675.- Das fugas das meninas para o Palácio dos Esportes e Ginásio Sílvio Pedroza, durante os Jogos Estudantís;
674.- Dos óculos escuros usados pelos de menor idade para assistir aos filmes de 18 anos, tentando driblar o comissário de menores;
673.- Dos garotos taradinhos roçando as pernas nas pernas das garotas quando as luzes do cinema se apagavam e as broncas destas, falando alto e o cara saindo disfarçado debaixo de vaias. Mas, indo baixar em outra fila com a mesma intenção;
672.- Das respostas automáticas quando na tela anunciava: Breve neste Cinema e alguém dizia: "Eu venho" e outra voz respondia: "De besta". E ainda tinha o último rebate: "É a mãe..."
671.- Do sufoco das garotas na compra dos ingressos na bilheteria do Rio Grande, segurando as saias que o vento levantava enquanto a turma da Tabica, sentada ao meio-fio do outro lado da Rua Assu gritava: "Eu vi (as calcinhas). É branca!;
670.- Do contorcionismo no bambelô (aquele círculo de plástico) . Requebros que eram tidos como imorais;
669.- Do som de violão onde cantávamos músicas de Fagner;
668.- Das moças passeando pelo Grande Ponto, num percurso em quadrilátero que não poderia ser repetido, pois assim ficariam "faladas";
667.- Dos passeios de bicicleta até a praia do Forte, dos quais as meninas também participavam;
666.- Das coleções de lápis e de caixas de fósforos com propagandas comerciais;
665.- Das ''soirèes'' no Aero Clube;
664.- Das matinês no Clube Albatroz da Praça Pedro Velho, especialmente para a turma dançar rock;
663.- Do Libertè e da Boate 775;
662.- Das Festas americanas na casa dos amigos;
661.- Dos primeiros biquinis, nos anos 60 chamados de ''duas peças'';
Enviadas por Daliana Nascimento, Gilnar Paiva Autran e Salésia Dantas.

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3.11.08

Desengavetando cenários da Ribeira.

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Por uma questão do antigo, o nostálgico me atrair a tal ponto de me envolver num clima saudosista. Divaguei no artigo sobre a Ribeira, bairro ao qual cheguei aos três anos de idade quando o meu pai ferroviário José Canuto passou a residir, já que vários setores da rede ferroviária- REFESA ficavam a poucos metros do nosso quintal na Rua General Glicério.
E naqueles prédios de grandes dimensões tive juntamente com meus onze irmãos, contato direto com locomotivas e vagões. O cheiro da lenha queimando nas caldeiras ficou impregnado nas minhas narinas. O saudoso apito do trem jamais saiu dos meus ouvidos, quando ao cair da tarde era recolhido aos galpões que hoje se encontram em decomposição, matando lentamente um passado. A Ribeira vivia o progresso com um comércio diversificado ocupando suas ruas estreitas, o porto num entra e sai constante de navios fazendo surgir firmas de despachos aduaneiros. O teatro era palco de apresentações de grandes espetáculos e dos maiores astros e estrelas do cancioneiro brasileiro.
À noite, quando as famílias se recolhiam e o comércio cerrava suas portas, um outro mundo alegrava o bairro com suas vitrolas ecoando bregas que se expandiam além das janelas das boates e cabarés iluminados pelo brilho do lamê dos vestidos e o vermelho dos batons e esmaltes complementado o look da época. Um cenário “caliente, a media luz” e embriagador, onde jovens da sociedade cursavam a universidade do prazer com direito a diploma e tudo mais.
A minha rua era cercada por uma paisagem bucólica. À frente se deslumbrava um imenso terreno com variadas árvores frutíferas e ao fundo a Lagoa do Jacó, hoje aterrada e transformada em vários blocos de apartamentos. Esta paisagem interiorana terminava ao pé da ladeira da Rádio Poti. Dali em diante, o acesso aos bairros aristocráticos do Tirol, Petrópolis e a Cidade Alta. Acompanhei passo a passo, a derrocada do bairro. O comércio literalmente naufragando, o êxodo dos antigos moradores e o manto de tristeza e abandono que cobriu as noites alegres da Ribeira. Agora, é torcer para que a revitalização do bairro realmente se instale.
(Salésia Dantas)
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1.11.08

De 645 a 660 - Não poderemos esquecer do...

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Ginásio 7 de Setembro e...
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660.- Do Prof. Fagundes,diretor que quando via os alunos fazendo bagunça, botava todo mundo dentro da sala de aula, e lascava no quadro negro, verdadeiros carroções para resolver,
659.- De seu Pedro, que tocava o sino para anunciar o início e o término das aulas,
658.- Das professoras do Primário, Calpúnia, Eulália, Consuelo, Elisa e Anita,
657.- Da Profa. Natércia Maranhão, ensinando Canto Orfeônico,
656.- Do esqueleto completo que ficava na Secretaria,
655.- De William Aires da Rocha e Tião Cunha, professores de Matemática,
654.- Dos Professores de História, Alvamar Furtado e Tarcísio Medeiros,
653.- De Dona Maroquinha, fazendo croché o tempo todo,
652.- De Oscar Nogueira e Hebe Marinho, recém casados, que moraram no 2° andar, êle ensinando Desenho,
651.- De Dr. Nogueira que sucedeu Prof. Fagundes na Diretoria e sua calma,
650.- Da caderneta de anotações diárias de presença e das notas das provas, nas quais as assinaturas dos nossos pais eram freqüentemente falsificadas,
649.- Prof Coutinho de Geografia, que adorava dar nota 2, quando o aluno titubeava na resposta,
648.- Da folha de papel impressa distribuída para os alunos para as provas semestrais, onde havia lugar para nome do aluno, turma, sumário, grau(nota), ...
647.- - Das belas meninas e belos garotos, e com os quais convevíamos diariamente,
646.- De que naquela época já íamos em grupo, à pé, assistir os Jogos Estudantís em outros colégios,
Colaboração dos ex-alunos: Geraldo Gereba Melo, Jardna Cavalcanti Jucá, José Dinarte de Medeiros, Manoel de Oliveira C. Neto, Norberto Faria, e Salésia Dantas.
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