Teresa de Azevedo Dantas, nasceu em Picuí, na Paraíba, no início dos anos 20. Filha única de José Paulino Dantas, que tinha um jeito sisudo pra disfarçar uma alma grandiosa. Era conhecido por Parente e chamado de Coronel.
Teresa fez o curso de Guarda-Livros (hoje Contabilidade), no Colégio Nossa Senhora das Neves. Uma inovação tratando-se de uma mulher, praquela época. Falava inglês, francês, freqüentava as melhores festas, esbanjava beleza e charme. Freqüentou a Escola Doméstica de Natal. Foi aluna da irmã Aquinata Eibel, filha de conde da Áustria. Na escola era chamada por Teresão e em casa, carinhosamente, por Teca.
Aos 27 anos, Teresa foi rendida pelo charme e os olhos azuis de um agricultor simples, sem pedigree. E os dois planejaram voar pra longe, em busca de um paraíso onde pudessem viver um amor eterno. No primeiro passo Teresa definiu a vida dela e de quem mais chegasse. Uma fotografia com a seguinte dedicatória foi o pivô de tudo: "Luiz, você concretiza o meu ideal na vida. Meu amor por você será eterno. E o resto você compreenderá no silêncio eloqüente desta fotografia e na expressão sincera do meu olhar."
Num navio, Teresa e Luiz partiram às escondidas da cidade de Natal, rumo ao porto de Santos, com um enxoval completo, todo bordado à mão, feito com carinho, pra guardar por toda a vida. Em Santos, o cunhado (irmão de Luiz) aguardava os pombinhos. Já tinha reservado igreja, contratado padre, alugado vestido, sapato, dama de honra, fotógrafo (uma foto vale mais do que mil palavras). Tudo que um casamento de verdade merece. Até o cartório estava de plantão.
E o coronel? Ele ficou a ver navios. Morreu de desgosto.
Enquanto isso, Teresa e Luiz foram morar num acampamento, em plena mata virgem, no Paraná. Um estado que precisava abrir estradas pra escoar sua riqueza e por isso eles foram pra lá.
Essa simbiose de amor começou a dar galhos. Desses galhos nasceram frutos e não pára mais de dar flores.
Luiz, hoje é morador do céu. E Teresa resume assim o pedacinho de vida que teve ao lado dele:
"Falar de Luiz Pereira de Araújo, com quem fui casada durante pouco mais de 41 anos, traz-me à memória a imagem do marido, pai e avô coruja. Figura múltipla que dedicava à família um carinho especial.
Homem simples que viveu da Terra. Um amante da Natureza. Autodidata que se atrevia a orientar consertos em trator por telefone, tamanha era sua afinidade e segurança profissional como mecânico. O melhor do mundo.
Todos o conheciam. Afinal, Xico Barbudo, apelido herdado nos anos 50, estava sempre cercado de amigos. Andava feliz num Jeep sem capota, escoltado pelo fiel Vencedor, cão que o acompanhou até morrer de velho.
Por detrás de seus olhos azuis morava um homem humilde, honesto e sensível. Um nordestino adotado por Jaraguá, Lendária Terra.
Uma conversa amiga, bondade e desprendimento material acompanhavam a disposição para o trabalho. Dar a mão, ajudar os outros era o que importava, a qualquer hora do dia ou da noite. Sua marca registrada tinha a troca como pagamento. Nunca conseguiu dar valor monetário a seu trabalho."
Mas, cadê Teresa?
Teresa está em Jaraguá, guardada por dois de seus filhos, que não arredam o pé de perto dela. Feito uma rainha, só sendo paparicada, dando ordens pra todo mundo. O diploma de Guarda-Livros está na parede, assim como fotografias que registram só momentos bons. A máquina de datilografia manual está guardada debaixo de sete chaves. (Iracema Dantas)
Teresa fez o curso de Guarda-Livros (hoje Contabilidade), no Colégio Nossa Senhora das Neves. Uma inovação tratando-se de uma mulher, praquela época. Falava inglês, francês, freqüentava as melhores festas, esbanjava beleza e charme. Freqüentou a Escola Doméstica de Natal. Foi aluna da irmã Aquinata Eibel, filha de conde da Áustria. Na escola era chamada por Teresão e em casa, carinhosamente, por Teca.
Aos 27 anos, Teresa foi rendida pelo charme e os olhos azuis de um agricultor simples, sem pedigree. E os dois planejaram voar pra longe, em busca de um paraíso onde pudessem viver um amor eterno. No primeiro passo Teresa definiu a vida dela e de quem mais chegasse. Uma fotografia com a seguinte dedicatória foi o pivô de tudo: "Luiz, você concretiza o meu ideal na vida. Meu amor por você será eterno. E o resto você compreenderá no silêncio eloqüente desta fotografia e na expressão sincera do meu olhar."
Num navio, Teresa e Luiz partiram às escondidas da cidade de Natal, rumo ao porto de Santos, com um enxoval completo, todo bordado à mão, feito com carinho, pra guardar por toda a vida. Em Santos, o cunhado (irmão de Luiz) aguardava os pombinhos. Já tinha reservado igreja, contratado padre, alugado vestido, sapato, dama de honra, fotógrafo (uma foto vale mais do que mil palavras). Tudo que um casamento de verdade merece. Até o cartório estava de plantão.
E o coronel? Ele ficou a ver navios. Morreu de desgosto.
Enquanto isso, Teresa e Luiz foram morar num acampamento, em plena mata virgem, no Paraná. Um estado que precisava abrir estradas pra escoar sua riqueza e por isso eles foram pra lá.
Essa simbiose de amor começou a dar galhos. Desses galhos nasceram frutos e não pára mais de dar flores.
Luiz, hoje é morador do céu. E Teresa resume assim o pedacinho de vida que teve ao lado dele:
"Falar de Luiz Pereira de Araújo, com quem fui casada durante pouco mais de 41 anos, traz-me à memória a imagem do marido, pai e avô coruja. Figura múltipla que dedicava à família um carinho especial.
Homem simples que viveu da Terra. Um amante da Natureza. Autodidata que se atrevia a orientar consertos em trator por telefone, tamanha era sua afinidade e segurança profissional como mecânico. O melhor do mundo.
Todos o conheciam. Afinal, Xico Barbudo, apelido herdado nos anos 50, estava sempre cercado de amigos. Andava feliz num Jeep sem capota, escoltado pelo fiel Vencedor, cão que o acompanhou até morrer de velho.
Por detrás de seus olhos azuis morava um homem humilde, honesto e sensível. Um nordestino adotado por Jaraguá, Lendária Terra.
Uma conversa amiga, bondade e desprendimento material acompanhavam a disposição para o trabalho. Dar a mão, ajudar os outros era o que importava, a qualquer hora do dia ou da noite. Sua marca registrada tinha a troca como pagamento. Nunca conseguiu dar valor monetário a seu trabalho."
Mas, cadê Teresa?
Teresa está em Jaraguá, guardada por dois de seus filhos, que não arredam o pé de perto dela. Feito uma rainha, só sendo paparicada, dando ordens pra todo mundo. O diploma de Guarda-Livros está na parede, assim como fotografias que registram só momentos bons. A máquina de datilografia manual está guardada debaixo de sete chaves. (Iracema Dantas)
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