Quando da primeira viagem do Graf Zeppelin ao Brasil, em 1930, após pousar em Recife, Rio de Janeiro, novamente Recife, seguia para os Estados Unidos e sobrevoaria a cidade de Natal.
A Empresa Luftschiffban Zeppelin G.M.B.H, construtora do Zeppelin, considerando a importância histórica de Augusto Severo para o desenvolvimento dos balões dirigíveis, resolveu, por sua própria e inédita iniciativa homenageá-lo, além de que este ato teve significativa e simpática recepção junto ao governo brasileiro e, particularmente junto ao governo potiguar, numa região política e estratégicamente importante.
A importância do trabalho de Augusto Severo foi descrita por um Almanaque Garnier da época : "O mérito do sistema consistia, particularmente, em haver o inventor conseguindo que balão e barquinha formassem um só corpo." Embora precocemente falecido em Paris, em acidente com um novo balão, teve uma fundamental importância e participação no processo evolutivo da dirigibilidade aérea e a companhia alemã não ignorou o fato, apesar de nem sempre ter tido o merecido reconhecimento em seu próprio país.
A primeira homenagem ocorreu a 28 de maio de 1930, "... o balão descreveu um grande círculo e permaneceu doze minutos em evoluções; baixou sobre a estátua de Augusto Severo e deixou cair um ramalhete de flores naturais, com a seguinte inscrição : "Homenagem da Alemanha ao Brasil, na pessoa de seu filho Augusto Severo." O troféu caiu próximo à estátua, sendo levado à mesma."
Quando novamente sobrevoou Natal, em 20 de outubro de 1933, o Zeppelin realizou nova homenagem de acordo com Paulo Pinheiro de Viveiros : " dessa feita, voava à noite, numa altura aproximada de 200 metros; eram 23 horas e 30 minutos quando alcançou a cidade, deixando cair de bordo, pendente de um pára-quedas luminoso, uma coroa sobre o monumento de Augusto Severo. O vento desviou o troféu que caiu no pátio interno da Great Western. Toda a população natalense estava desperta e acompanhou, nas ruas, as evoluções do Graf Zeppelin. A coroa tinha um laço de seda com as cores da Alemanha e do Brasil e a seguinte inscrição : "A Augusto Severo, o grande brasileiro que idealizou a aviação como fator de progresso - arma de aproximação entre os povos - homenagem do Graf Zeppelin ".
Como se pôde constatar, uma simples peça filatélica encerra, em si própria, uma longa e curiosa história, com desdobramentos diversos, se profundamente pesquisada. A peça em questão, de um simples máximo postal, passa a ter a sua importância e possibilidade de inserção em coleções de História Postal, Brasiliana, História da Aviação, História do Rio Grande do Norte, etc.
Por Geraldo de Andrade Ribeiro Jr. - Foto: Acervo do Mons. Jamil Nassif Abud.
Por Geraldo de Andrade Ribeiro Jr. - Foto: Acervo do Mons. Jamil Nassif Abud.
2 comentários:
Em 1937 ou 38 não estou lembrado, o Graf Zeppelin passou
aqui em Natal, no local onde hoje é o quartel do 17/GAC.
tinha dez anos deidade na ocasião, não lembro a data.
gostaria de lembrar que ao contrario do mineiro Santos, com seu 14 bis, o potiguar Augusto não teve patrocínio do governo brasileiro na elaboração dos seus projetos em Paris. é atribuido esse como um dos possíveis fatores para a explosão do balão flexível de Severo.
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