30.8.09

Rua da Palha e as Festas Juninas


Rua da Palha * - Vê-se na foto brincadeira do São João, com as pessoas cobrindo a roda enquanto que outros apenas olhavam. Naquele tempo, a rua era chamada Rua da Palha hoje Rua Vigário Bartolomeu, na Cidade Alta. O significado do seu nome: Rua da Palha era porque as casas eram feitas ou cobertas com palhas de coqueiros. Nesse mesmo local, bem antes, quando Natal se resumia apenas a Catedral de Nossa Senhora da Apresentação, que ainda não tinha nem essa Santa para cultuar, e as ruas próximas, como a Rua Santo Antônio, Rua da Conceição, e outras ruas como a Rua da Cruz, depois Rua Junqueira Aires e hoje Câmara Cascudo a cidade vivia em uma tranquilidade que fazia dó.
Quando se tirou essa foto, a cidade já mostrava certo progresso, tendo até o 1º Cartório de Natal, pertencente ao Sr. Miguel Leandro, o velho. Porém era uma rua de casas residenciais, algumas um pouco mais altas que as outras ou casarões chamadas "cachorro de cócoras", pois tinham o seu telhado caindo para frente. De qualquer jeito era uma rua, com as moradias, algumas com quatro janelas e uma porta do meio, separando as janelas em duas e duas. Outros casarões com apenas uma porta e três janelas, enquanto que outras tinham apenas duas janelas separadas por uma porta. Algumas casas, só tinham uma porta, não tendo janelas. Na foto vemos que a rua já era pavimentada, vendo-se muito bem as calçadas das residências, todas em um só prumo, bem diferente do que se vê agora na cidade, em desalinho e em diferentes níveis em desrespeito aos transeuntes. No alto da foto, do lado esquerdo de quem olha, do lado do sol, como se chama, vê-se a sede da Maçonaria 21 de Março. Hoje, esse prédio não existe mais. No entanto, a Maçonaria ainda está no mesmo local, em um edifício com o mesmo nome. Na foto, vemos as pessoas brincando em uma Festa Junina com a rua enfeitada com bandeirinhas. A foto foi tirada logo do seu inicio, perto da Rua Ulisses Caldas.
As Festas Juninas ou de santos populares são celebrações brasileira, portuguesa e de outros países europeus. Historicamente se relacionam com a festa pagã do solstício de verão (no hemisfério norte), que era celebrada no dia 24 de junho, segundo o Calendário Juliano e cristianizada na Idade Média como "Festa de São João". Elas festejam no Brasil em homenagem a importantes santos católicos, como Santo Antônio, São João, São Pedro e São Paulo. No Brasil, recebeu o nome de Junina (antes era Joanina, de São João), porque acontece no mês de junho. A festa foi trazida para o Brasil pelos portugueses e logo foi incorporada aos costumes das populações indígenas e afro-brasileiras. A tradição também veio de outros países europeus cristianizados através de imigrantes, chegados a partir de meados do século XIX.
As Festas Juninas são ainda celebradas em alguns países católicos, protestantes e ortodoxos. As fogueiras e a celebração de casamentos reais ou encenados são costumes ainda hoje praticados em festas européias.
As festas Juninas são típicas da Região Nordeste. Por ser uma região árida, os nordestinos agradecem anualmente a São João, Santo Antônio e São Pedro pelas chuvas caídas nas lavouras.
As comemorações eram alegres e descontraídas, com o espocar de fogos de artifício, durante todo o mês de junho, o que hoje praticamente não se vê mais, mesmo nos bairros periféricos.Em razão de coincidir com a colheita do milho, as comidas são feitas à base deste cereal integrando à tradição comidas como a canjica e a pamonha. A festa de São João se encaixou, porque o inverno já não é tão intenso nos fins de junho e são comemoradas em todas as cidades nordestinas em maior o menor grau destacando-se as danças típicas como a Quadrilha Junina e o Forró Pé de Serra.
(* Alderico Leandro - Jornalista, poeta, crítico, literário e escritor – com pequenas alterações do texto original.)

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