3.9.09

Um marco para a História Potiguar. (*)


Guardando imponente a foz do rio Potengi, a Fortaleza dos Reis Magos é o mais importante monumento histórico de Natal, projeto do Padre Gaspar de Sampares, jesuíta com sólidos conhecimentos de engenharia, que compunha a expedição comandada por Mascarenhas Homem, vinda de Portugal com a finalidade de expulsar os franceses, construir um forte e fundar a cidade.

Mais antigo que a própria cidade, a Fortaleza começou a ser construída em 6 de janeiro de 1598, dia dos Santos Reis. Não passava então de uma típica instalação militar do século XVI, uma frágil garantia de segurança para os portugueses, em constante embate contra franceses e índios. Seis meses depois, João Rodrigues Colaço assumiu o cargo de Capitão-Mor da Fortaleza.
Reconstruída seguidamente, manteve sempre as características da planta original.

Sua forma atual, lembrando uma estrela de cinco pontas, surgiu somente em 1614, num projeto do arquiteto militar Francisco Frias de Mesquita. Concluído em 1628, o novo forte ficou pouco tempo nas mãos dos portugueses. Em 1633, foi conquistado pelos holandeses da Companhia das Índias Ocidentais, passando a chamar-se Castelo de Keulen.

O domínio holandês na região durou duas décadas e, durante este período, o Forte dos Reis Magos serviu não apenas como instalação de defesa, mas também de prisão para brasileiros e portugueses e casa de hóspedes para personalidades, como o príncipe Maurício de Nassau.

A Fortaleza foi tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, em 15 de janeiro de 1949 e em 1965, incorporada ao patrimônio cultural da Fundação José Augusto, por decreto governamental.

Hoje, o Velho Bastião, quer pela arquitetura militar portuguesa, quer pela história que encerra, quer pela expressiva visitação de nacionais e estrangeiros, destaca-se como importante pólo no universo turístico-cultural do Estado do Rio Grande do Norte.

A Fortaleza dos Reis Magos constitui-se no marco principal do entrelaçamento das culturas européia e nativa, onde se desenvolveu toda a dinâmica social, em seus múltiplos e variados aspectos, dando origem a colonização da Capitania do Rio Grande, servindo, ainda, de referência e apoio às fundações dos Estados do Ceará, Maranhão, Pará e à conquista do Norte do Brasil.

A Fundação José Augusto revitalizou a Fortaleza dos Reis Magos e seu entorno, com intenções de abrigar as mais diversas expressões das artes, tais como exposições temporárias, saraus, concertos e, ainda, torná-lo um local aprazível de lazer, buscando alcançar o retorno social que o custo de sua manutenção requer. Ao mesmo tempo, resgatando e valorizando a importância daquele magnífico monumento, riquíssimo em história e em exemplos de bravura e patriotismo, para o Estado do Rio Grande do Norte, para a Cidade de Natal e, fundamentalmente, para a sociedade potiguar.

* Alexandro Gurgel - Jornalista

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