Recebi de Fred Sizenando alguns tópicos sobre o livro: Dos Bondes ao Hippie Drive-In a ser lançado no próximo mês de novembro, no Clube de Engenharia. (Manoel Neto)
A idéia surgiu do desejo de registrar e compartilhar as histórias e fatos pitorescos envolvendo o cotidiano de pessoas da cidade do Natal, narradas oralmente pelo nosso pai, João Sizenando Pinheiro Filho, funcionário público, ex-remador do Centro Náutico Potengí, e que viveu quase um século na nossa capital, convivendo com figuras humanas que caracterizaram a alma da nossa província.
Naturalmente evoluímos na concepção do livro e passamos a pesquisar e escrever abrangendo os períodos em que nós mesmos vivenciamos ou participamos da história.
A nossa infância e adolescência nos anos 1960 e 1970 em Natal, os vizinhos, o ambiente estudantil, as peladas de rua, a turma da praia, as matinês do ABC, o Hippie Drive In, a SCBEU, as paqueras. Como na música de Oswaldo Montenegro, fizemos um esforço de memória para relacionar uma lista nossos amigos mais próximos desde a infância até o período inicial na Universidade. A partir desta lista, passamos a recapitular os detalhes da nossa vida em diferentes fases. Para garantir uma maior amplitude nos conteúdos dos relatos, nós procuramos ao longo de oito anos, localizar e conversar com esses velhos amigos, alguns deles não tínhamos contato desde 1959. Pesquisamos nos jornais, livros e revistas da primeira metade do século XX e localizamos pessoas que viveram em Natal antes e até a II Guerra Mundial.
O resultado disso tudo é a concretização do livro “Dos Bondes ao Hippie Drive In”, a ser lançado no próximo mês, onde abordamos de forma leve e curiosa a evolução do cotidiano da nossa cidade cobrindo o período desde 1915 até 1975. As mais de 350 fotografias inseridas - com contribuição de diversos colaboradores - consolidam o diferencial da publicação.
“Dos Bondes ao Hippie Drive In” contém uma série de crônicas que descrevem episódios curiosos, figuras humanas marcantes, hábitos e costumes, tendo como pano de fundo os principais fatos históricos ocorridos na cidade. São sete capítulos, cada um contendo uma média de 10 textos distintos. Os capítulos são: “Natal dos Bondes”, “Natal dos voos transatlânticos e dos primeiros cinemas”, “Natal dos comunistas e dos americanos”, “Natal dos nossos pais”, “Natal da nossa infância”, “Natal dos gibis e do cinema Rex” e “Natal Pop”.
Na parte inicial é abordada a cidade no início do Século XX quando os bondes puxados a burros começavam a ser substituídos pelos bondes elétricos. Os hábitos da população, curiosidades, as formas simples de lazer e diversão. Vale à pena conferir também uma síntese apresentada das edições do ano de 1916 do pasquim “apimentado” denominado “O Parafuso” com editoriais, fofocas, enquetes, anúncios de filmes e notícias que ilustram bem o cenário cultural e político da época.
Figuras populares que caracterizavam o dia a dia dos anos 1920 e 1930 são descritas com apresentação de causos. Figuras como Gonçalo Pé de Pato, um mulato feio, cheio de bichos de pé, que era metido a bonito e namorador. Outra pessoa resgatada no livro é Sinfronio Barreto, considerado a figura mais popular e caridosa de Natal depois do padre João Maria. As aventuras na juventude de Paulo Lira (1903 -1979) - o mais famoso pianista da cidade - e sua turma no início do século XX são lembradas. As inaugurações do Estádio Juvenal Lamartine, do Cais do Porto e do primeiro sinal de trânsito na cidade são descritas e documentadas com fotografias.
Um capítulo especial com muitas informações cobre a história do cinema em Natal, desde a primeira exibição em um Depósito de Açúcar na Ribeira no final do século XIX passando pelas exibições do Polytheama e Royal Cinema.
Na sequência uma cobertura interessante sobre os voos transatlânticos dos hidroaviões provenientes da Europa e Estados Unidos. A recepção e detalhes curiosos dos aviadores pioneiros. Também são relatados: o incrível “raid” Natal-Rio numa pequena iole; os antigos carnavais; o surgimento da telefonia e as primeiras obras de saneamento da cidade.
O episódio do Levante Comunista de 1935 nós ilustramos a partir da apresentação de fatos pitorescos envolvendo pessoas comuns. Segue ainda um passeio sobre a vida em Natal durante a II Guerra Mundial e resumo de alguns arquivos secretos da Base Aérea de Natal.
Chegando ao período pós-guerra, o livro alcança o prefeito Djalma Maranhão, o programa “De pé no Chão também se aprende a ler”, a participação da “Aliança para o Progresso” no governo Aluísio Alves, a revolução de 64, com destaque para as agitações dos estudantes do Atheneu.
Quem era garoto ou adolescente nos anos 1950 e 1960 em Natal vai se deliciar com as crônicas envolvendo nossas recordações sobre a infância na Cidade Alta, Praça Pedro Velho, Jardim de Infância Modelo, escolinha da professora Janoca e “Jerônimo o Herói do Sertão”. Destaque especial para os jovens “cientistas” da Rua Felipe Camarão que montavam pequenos foguetes para serem lançados na Praia do Forte e em Mãe Luísa. Mais interessante ainda recordar os tempos dos seriados no cinema Rex, a curtição dos gibis e das peladas de rua.
O capítulo denominado “Natal Pop” cobrimos principalmente a Natal da geração “paz e amor”, o primeiro biquíni na cidade, a Sociedade Cultural Brasil - Estados Unidos (SCBEU), os primeiros surfistas, os festivais de música Popular. Destaque maior para a história do Rock em Natal, com muitas curiosidades - como o Irmão Marista que financiou a primeira banda da cidade - e detalhamento dos principais conjuntos que fizeram a trilha musical de toda uma geração.
Aqueles que conheceram Jerônimo o Herói do Sertão, o Cinema Poti, as tartarugas da Praça Pedro Velho, o Sebo de Cazuza, as matinês no ABC, as “Anastomoses” no América, o “Seu Talão vale um Milhão”, a loja de discos de Helisom, e o “Hippie Drive In”, certamente não deixarão de se emocionar. E irão relembrar não apenas os fatos narrados, como também inúmeros outros momentos que facilmente se acenderão em suas mentes como um simples duplo clique para acessar algum arquivo de computador.
(*) Carlos e Fred Sizenando, biólogo e engenheiro, respectivamente. Foto: Cidade da Criança - Lagoa Manoel Felipe atualmente completamente abandonada cerceando neste 12 de Outubro as crianças de lá comemorarem o seu dia.
Naturalmente evoluímos na concepção do livro e passamos a pesquisar e escrever abrangendo os períodos em que nós mesmos vivenciamos ou participamos da história.
A nossa infância e adolescência nos anos 1960 e 1970 em Natal, os vizinhos, o ambiente estudantil, as peladas de rua, a turma da praia, as matinês do ABC, o Hippie Drive In, a SCBEU, as paqueras. Como na música de Oswaldo Montenegro, fizemos um esforço de memória para relacionar uma lista nossos amigos mais próximos desde a infância até o período inicial na Universidade. A partir desta lista, passamos a recapitular os detalhes da nossa vida em diferentes fases. Para garantir uma maior amplitude nos conteúdos dos relatos, nós procuramos ao longo de oito anos, localizar e conversar com esses velhos amigos, alguns deles não tínhamos contato desde 1959. Pesquisamos nos jornais, livros e revistas da primeira metade do século XX e localizamos pessoas que viveram em Natal antes e até a II Guerra Mundial.
O resultado disso tudo é a concretização do livro “Dos Bondes ao Hippie Drive In”, a ser lançado no próximo mês, onde abordamos de forma leve e curiosa a evolução do cotidiano da nossa cidade cobrindo o período desde 1915 até 1975. As mais de 350 fotografias inseridas - com contribuição de diversos colaboradores - consolidam o diferencial da publicação.
“Dos Bondes ao Hippie Drive In” contém uma série de crônicas que descrevem episódios curiosos, figuras humanas marcantes, hábitos e costumes, tendo como pano de fundo os principais fatos históricos ocorridos na cidade. São sete capítulos, cada um contendo uma média de 10 textos distintos. Os capítulos são: “Natal dos Bondes”, “Natal dos voos transatlânticos e dos primeiros cinemas”, “Natal dos comunistas e dos americanos”, “Natal dos nossos pais”, “Natal da nossa infância”, “Natal dos gibis e do cinema Rex” e “Natal Pop”.
Na parte inicial é abordada a cidade no início do Século XX quando os bondes puxados a burros começavam a ser substituídos pelos bondes elétricos. Os hábitos da população, curiosidades, as formas simples de lazer e diversão. Vale à pena conferir também uma síntese apresentada das edições do ano de 1916 do pasquim “apimentado” denominado “O Parafuso” com editoriais, fofocas, enquetes, anúncios de filmes e notícias que ilustram bem o cenário cultural e político da época.
Figuras populares que caracterizavam o dia a dia dos anos 1920 e 1930 são descritas com apresentação de causos. Figuras como Gonçalo Pé de Pato, um mulato feio, cheio de bichos de pé, que era metido a bonito e namorador. Outra pessoa resgatada no livro é Sinfronio Barreto, considerado a figura mais popular e caridosa de Natal depois do padre João Maria. As aventuras na juventude de Paulo Lira (1903 -1979) - o mais famoso pianista da cidade - e sua turma no início do século XX são lembradas. As inaugurações do Estádio Juvenal Lamartine, do Cais do Porto e do primeiro sinal de trânsito na cidade são descritas e documentadas com fotografias.
Um capítulo especial com muitas informações cobre a história do cinema em Natal, desde a primeira exibição em um Depósito de Açúcar na Ribeira no final do século XIX passando pelas exibições do Polytheama e Royal Cinema.
Na sequência uma cobertura interessante sobre os voos transatlânticos dos hidroaviões provenientes da Europa e Estados Unidos. A recepção e detalhes curiosos dos aviadores pioneiros. Também são relatados: o incrível “raid” Natal-Rio numa pequena iole; os antigos carnavais; o surgimento da telefonia e as primeiras obras de saneamento da cidade.
O episódio do Levante Comunista de 1935 nós ilustramos a partir da apresentação de fatos pitorescos envolvendo pessoas comuns. Segue ainda um passeio sobre a vida em Natal durante a II Guerra Mundial e resumo de alguns arquivos secretos da Base Aérea de Natal.
Chegando ao período pós-guerra, o livro alcança o prefeito Djalma Maranhão, o programa “De pé no Chão também se aprende a ler”, a participação da “Aliança para o Progresso” no governo Aluísio Alves, a revolução de 64, com destaque para as agitações dos estudantes do Atheneu.
Quem era garoto ou adolescente nos anos 1950 e 1960 em Natal vai se deliciar com as crônicas envolvendo nossas recordações sobre a infância na Cidade Alta, Praça Pedro Velho, Jardim de Infância Modelo, escolinha da professora Janoca e “Jerônimo o Herói do Sertão”. Destaque especial para os jovens “cientistas” da Rua Felipe Camarão que montavam pequenos foguetes para serem lançados na Praia do Forte e em Mãe Luísa. Mais interessante ainda recordar os tempos dos seriados no cinema Rex, a curtição dos gibis e das peladas de rua.
O capítulo denominado “Natal Pop” cobrimos principalmente a Natal da geração “paz e amor”, o primeiro biquíni na cidade, a Sociedade Cultural Brasil - Estados Unidos (SCBEU), os primeiros surfistas, os festivais de música Popular. Destaque maior para a história do Rock em Natal, com muitas curiosidades - como o Irmão Marista que financiou a primeira banda da cidade - e detalhamento dos principais conjuntos que fizeram a trilha musical de toda uma geração.
Aqueles que conheceram Jerônimo o Herói do Sertão, o Cinema Poti, as tartarugas da Praça Pedro Velho, o Sebo de Cazuza, as matinês no ABC, as “Anastomoses” no América, o “Seu Talão vale um Milhão”, a loja de discos de Helisom, e o “Hippie Drive In”, certamente não deixarão de se emocionar. E irão relembrar não apenas os fatos narrados, como também inúmeros outros momentos que facilmente se acenderão em suas mentes como um simples duplo clique para acessar algum arquivo de computador.
(*) Carlos e Fred Sizenando, biólogo e engenheiro, respectivamente. Foto: Cidade da Criança - Lagoa Manoel Felipe atualmente completamente abandonada cerceando neste 12 de Outubro as crianças de lá comemorarem o seu dia.
Um comentário:
Boa! Quero ir ao lançamento desse livro.
Abraço.
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