Iate Clube do Natal
"... a vida não me chegava pelos jornais nem pelos livros.
Vinha da boca do povo na língua errada do povo.
Língua certa do povo.
Porque ele é que fala o gostoso português do Brasil..."
A pesquisa, o registro e a reunião de vocábulos e expressões populares, principalmente no Nordeste do Brasil, foi sempre uma preocupação para pesquisadores e folcloristas como Luís da Câmara Cascudo, entre outros.
O povo é que faz a língua, adicionando termos e expressões. É importante salientar que a maioria das expressões populares existentes no português falado no Brasil, tem origem no Norte e Nordeste, onde a língua falada e escrita foi muito enriquecida por causa do processo de colonização.
Por ser um país de proporções geográficas enormes, o Brasil possui muitas expressões lingüísticas regionais: o linguajar gaúcho, com influências das suas fronteiras; a influência portuguesa, no linguajar nortista; o modo do nordestino se expressar; a gíria carioca; expressões típicas usadas pelos mineiros e paulistas. Hoje, com a tecnologia eletrônica e as facilidades na comunicação entre as pessoas, as expressões populares “viajam” pelo território nacional, tornando-se mais conhecidas. Até as novelas de televisão as utilizam.
Algumas expressões populares típicas do Nordeste e de Natal:
a torto e a direito- indiscriminadamente;
abestado – bobo, abestalhado;
aboletar-se – instalar-se;
acocho –aperto, arrocho;
amofinado – aborrecido, infeliz;
aperreado – nervoso, preocupado;
arretado – irritado ou então algo muito bom;
assim ou assado – de uma maneira ou de outra;
assobiar e chupar cana- fazer duas coisas ao mesmo tempo;
atanazar – aborrecer, importunar;
atirar pedra em casa de marimbondo- mexer com quem está quieto e se arriscar;
bagunçar o coreto – anarquizar, cometer desordem;
balela – boato, conversa fiada;
bater o facho – morrer;
berloque – pingente, enfeite;
birinaite – bebida alcoólica;
bisaco – saco, sacola;
botar as barbas de molho – tomar as devidas precauções;
brocoió – medíocre, caipira;
bugigangas – coisas sem valor;
cabreiro – desconfiado;
cachete – comprimidos, pílulas;
cafua – depósito, lugar pequeno;
cafundó – lugar muito longe;
cascavilhar – procurar, investigar;
chamaril – coisa para chamar a atenção;
chinfrim – coisa ordinária;
cutucar o cão com vara curta – mexer com quem está quieto e se arriscar;
deforete – tomar uma brisa, ao ar livre;
degringolar – desordenar, desorganizar, algo que dar errado;
derna – desde
destambocar – tirar pedaço;
destrambelhada – desajustada metal;
empeiticar – importunar;
empiriquitado – enfeitado;
encangado – junto, pregado;
espoletado – danado da vida, com raiva;
estrambólico – extravagante, esquisito;
faniquito – desmaio, chilique;
fiofó – traseiro;
fuleiro – sem muito valor, ordinário;
fulustreco – fulano;
fuzuê – barulho, confusão;
gaitada – risada estridente, gargalhada;
gastura – incômodo, mal-estar;
goga – contar vantagem, vaidade;
guenzo – magro, esquelético;
inhaca – mau cheiro, catinga, fedor;
inté – até logo;
jururu – triste, pensativa;
labrugento ou lambugento – serviço malfeito;
lambança – desordem, barulho;
levar gato por lebre – ser enganado, logrado;
levar desaforo pra casa – acovardar-se, não reagir;
macambúzio – tristonho, pensativo;
malamanhado – desarrumado;
manzanza – preguiça, demora;
mundiça – gente sem educação;
nadica – nada;
nopró – indivíduo difícil;
nos trinques – nos conformes;
oião – curioso, enxerido;
onde o diabo perdeu as botas – lugar ermo, distante;
pantim – exageros, espantos;
peba – coisa ordinária;
peitica – insistência incômoda;
pendenga – assunto por acabar;
penduricalho – enfeite;
pé-rapado – pobretão;
pinicar – beliscar;
pinóia – expressão de aborrecimento;
piripaque – passar mal;
potoca – mentira;
rabiçaca – sacudidela, movimento;
salceiro – barulho, confusão;
samboque – pedaço;
sorumbático – tristonho, pensativo;
sustança – força, vigor;
trepeça – algo que não serve pra nada;
virar defunto – morrer;
virar o copo - ingerir bebida alcóolica;
Foto enviada por Carlos Pachêco
.
Nenhum comentário:
Postar um comentário