24.1.09

Manifestações Culturais III

Foto: João Redondo, a irreverência e a mão molenga .

TEATRO POPULAR DE BONECOS
O Teatro Popular de Bonecos, recebe várias designações em todo o Nordeste. Em Pernambuco, por exemplo, chama-se Mamulengo, enquanto no Rio Grande do Norte e Paraíba é denominado João Redondo. Essa expressão da cultura popular, originária da Ásia, trazida pelos ibéricos, encontrou no Nordeste um verdadeiro celeiro de calungueiros, como se chama o homem que manipula os bonecos em nosso estado.
Um teatro simples, apresentado por bonecos rústicos, feitos de pano, muito expressivos, acoplados nas mãos de apresentador, dando-lhes vida em pequenos atos hilariantes.
O espetáculo geralmente é composto de várias histórias, formando pequenas cenas que se completam ou não. Sobre este aspecto do “João Redondo”:
O espetáculo é fragmentado em pequenas histórias e, às vezes, nem por isto, pois há bonecos representando artistas populares (cantores, violeiros, sanfoneiros) que, sozinhos, fazem uma “parte”. Essa fragmentação do espetáculo permite que sua duração varie, ao sabor das circunstâncias.
Em Natal, a arte do João Redondo permanece viva graças aos calungueiros, como Chico Daniel, segundo Ariano Suassuna o maior “bonequeiro” do Brasil. Após o falecimenteo de Chico Daniel seu filho continua mantendo acesa a chama dp Teatro de Bonecos Popular. Também encontramos no Conjunto Nova Natal o Zé Relampo. Carroceiro de profissão Zé Relampo apresenta o “João Redondo” de forma tradicional, destacando sua voz.

ARTESANATO E ARTE POPULAR
Define-se o artesanato como o tratamento que as criaturas mais simples dos agrupamentos humanos dão à matéria bruta, visando a um fim utilitário, comercial, artístico, recreativo, o que for. Munido deste conceito encontramos, em solo potiguar, diversas representações de artistas populares.
O nosso artesanato apresenta algumas singularidades, como exemplo, a escultura em madeira, geralmente figuras em pequenas proporções, feitas com instrumentos rudimentares.
Natal conheceu um grande mestre-artesão, “fazedor” de Santos, o “Chico Santeiro”. Escultor de reconhecida habilidade. O mestre Santeiro transformava a madeira em perfeitos "tipos” nordestinos. Utilizou sua arte para esculpir pequenas imagens de Santos e Cristos Crucificados. Existem peças de Chico Santeiro em diversos lugares, inclusive no Vaticano.
Com um rico artesanato, Natal desponta no Nordeste como um dos maiores centros produtores e comercializadores de peças confeccionadas por verdadeiros artistas populares. Como ponto de venda, destaca-se, o Centro de Turismo, situado em Petrópoilis, em uma belíssima construção, a antiga Casa de Detenção.
Além da arte em madeira, o artesanato potiguar é composto por peças bordadas, bijuterias em metal, bijuterias em minerais, tapeçarias, artefatos de couro, miniaturas de barcos e peixes, ferramentas indígenas, enfim um universo de cultura popular.

Fonte: Deífilo Gurgel/Anuário de Natal

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