Precursora do jornalismo feminino no RN
Palmyra Wanderley nasceu em Natal aos 6 de agosto de 1894. Trilhou os caminhos da poesia quando ainda criança. De uma família de intelectuais, quiçá essa condição tenha influenciado [ainda mais] na sua escrita... Casou-se com Raimundo França, funcionário do DCT, e não tiveram filhos, morreu pobre e só, no ano de 1978.
Colaborou em jornais e revista da época, do seu Estado e de outros, participando ainda da vida associativa de sua terra-natal. Em reconhecimento ao seu talento, a sua produção literária, ao seu nome, é considerada como a "poetisa oficial" da cidade do Natal.
Foi precursora do jornalismo feminino no RN que resultou, junto com poetisas e escritoras do Estado, no lançamento da revista Via Láctea, em 1914.
Publicou seu primeiro livro, "Esmeralda", em 1918. Em 1929 foi a vez de "Roseira Brava", que lhe valeu menção honrosa no Prêmio de Poesia da Academia Brasileira de Letras.
No teatro também deixou sua contribuição com a opereta “Festa das Cores". Ocupou a cadeira nº 20 da Academia Norte-rio-grandense de Letras. Para seus admiradores, ficou a força da sua poesia traduzida nas palavras do escritor e crítico Tristão de Ataíde: "Palmyra Wanderley - o maior poeta feminino do Nordeste".
Que cheiro bom!
Que coisa deliciosa
Cheirei, agora, como por encanto!...
Fosse, talvez, um cálice de uma rosa
Não cheiraria tanto.
De onde é que vem esse perfume assim?
Perfume novo e velho para mim,
Forte, tão forte, que me entonteceu,
Se mistura comigo e não sou eu? ...
Perfume que recorda o cheiro do teu lenço,
Mas não é,
Não é também incenso,
Mas se parece com insensação
Este perfume, a perfumar sem conta...
É que hoje cheirei de manhãzinha
A flor vermelha do teu coração
E fiquei tonta,
Tontinha....
.
(Lembro-me de Palmyra Wanderley e Raimundo França, nos anos 50/60, quando morávamos na Rua Camboim. A casa dêles tinha um pequeno jardim em frente, com uma variedade de flôres e rosas brancas, do qual nunca nunca esquecí.- Manoel Neto)
Um comentário:
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