Manuel Gonçalves Ribeiro (Ney Lopes de Souza*)
Conhecido como "seu Ribeiro" - o português potiguar, se vivo fosse teria completado cem anos, neste mês de julho. Ele adotou Natal como a sua segunda cidade de estimação. Aqui chegou em 1933 e instalou a filial da empresa "Alves de Brito Tecidos". Em 1949 implantou, pioneiramente, o "Cotonifício Norte-Rio-Grandense SA" - a primeira indústria de fiação do RN, com o aproveitamento de algodão puro. Antes, existiram cascanifícios, que fabricavam fios a partir de resíduos do algodão.
"Seu Ribeiro" sonhava com uma indústria de fiação em Natal, por ter conhecido na adolescência a "fábrica de fio Ferro" em Fafe, a sua terra natal, onde o pai trabalhou.
Por coincidência, as comemorações do centenário de nascimento de "seu Ribeiro" ocorrem no momento em que visita Natal o presidente da Câmara Municipal de Lisboa (equivalente ao nosso prefeito), senhor Antonio Costa e comitiva, em retribuição a oportuna iniciativa da prefeita de Natal, que promoveu recentemente a Semana de Natal, em Lisboa.
Manuel Gonçalves Ribeiro nasceu em 14 de julho de 1909 na cidade de Fafe, em Braga, região do minho. Graduou-se em contabilidade, equivalente a nível superior. Chegou ao Brasil em 1927, no navio "Almazora", com o primo José Gonçalves, mais tarde proprietário em Recife da "Confecção e Lojas Tecidos Cardoso SA". "Seu Ribeiro" atendeu o convite do seu tio (irmão de sua mãe), Manuel Gonçalves, que era proprietário de uma grande fábrica de tecidos em Neópolis, Sergipe, na qual trabalhava o seu pai, João Ribeiro. Lá encontrou o irmão, Manuel Ribeiro - pai do escritor João Ubaldo Ribeiro -, que ingressou na política e foi reitor da Universidade da Bahia.
João Ubaldo Ribeiro - sobrinho de "seu Ribeiro"- participou, ao lado de Jorge Amado, Luis Borges e Gabriel Garcia Marques, de uma série de nove filmes produzidos pela TV estatal canadense sobre a literatura na América Latina.
De fala mansa, observador e estilo diplomático, "seu Ribeiro" formou largo círculo de amigos em Natal. Católico e devoto da "Senhora de Antime", festejada na freguesia de Fafe, se interessou pelas comemorações da padroeira de Natal - Nossa Senhora da Apresentação. Foi durante a festa do Rosário em 1934, que conheceu a sua esposa Almira Bezerra Freire Ribeiro, com quem se casou em 4 de janeiro de 1940. O casal teve três filhos, sete netos e dez bisnetos. Mais tarde, doou terreno à diocese de Natal e construiu a Capela de Santo Antonio, o padroeiro de Lisboa, ao lado do atual Portugal Center, em cuja área funcionou o "Cotonifício norte-rio-grandense".
Um dos traços marcantes da personalidade do "seu Ribeiro" foi a cordialidade. Gozava da estima de quem com ele convivia. Apreciava o "papo" na "Confeitaria Delícia", do português Olívio e no Granada, do espanhol Nemésio, sempre em companhia de Roberto Freire (cunhado), Luis de Barros, José de Rubens, seu barbeiro Chico Gororoba e outros. Recordava as evoluções da dança portuguesa do "Vira" e o preparo especial do bacalhau, dobradinhas, galinha ao molho pardo e o bolo de ameixa.
"Seu Ribeiro" - o português potiguar - merece ser lembrado e receber homenagens póstumas no seu centenário de vida. Como empreendedor, ele abriu o caminho para a indústria local criar as condições de implantação no RN de um pólo de confecções e fabricação de fios, o que perdura até hoje. Fez tudo isto, com incontestável honradez e competência.
Mais uma razão para a prefeita Micarla de Souza consolidar os laços de amizade e cooperação da cidade de Natal com Portugal!
(*Advogado e Jornalista)
Conhecido como "seu Ribeiro" - o português potiguar, se vivo fosse teria completado cem anos, neste mês de julho. Ele adotou Natal como a sua segunda cidade de estimação. Aqui chegou em 1933 e instalou a filial da empresa "Alves de Brito Tecidos". Em 1949 implantou, pioneiramente, o "Cotonifício Norte-Rio-Grandense SA" - a primeira indústria de fiação do RN, com o aproveitamento de algodão puro. Antes, existiram cascanifícios, que fabricavam fios a partir de resíduos do algodão.
"Seu Ribeiro" sonhava com uma indústria de fiação em Natal, por ter conhecido na adolescência a "fábrica de fio Ferro" em Fafe, a sua terra natal, onde o pai trabalhou.
Por coincidência, as comemorações do centenário de nascimento de "seu Ribeiro" ocorrem no momento em que visita Natal o presidente da Câmara Municipal de Lisboa (equivalente ao nosso prefeito), senhor Antonio Costa e comitiva, em retribuição a oportuna iniciativa da prefeita de Natal, que promoveu recentemente a Semana de Natal, em Lisboa.
Manuel Gonçalves Ribeiro nasceu em 14 de julho de 1909 na cidade de Fafe, em Braga, região do minho. Graduou-se em contabilidade, equivalente a nível superior. Chegou ao Brasil em 1927, no navio "Almazora", com o primo José Gonçalves, mais tarde proprietário em Recife da "Confecção e Lojas Tecidos Cardoso SA". "Seu Ribeiro" atendeu o convite do seu tio (irmão de sua mãe), Manuel Gonçalves, que era proprietário de uma grande fábrica de tecidos em Neópolis, Sergipe, na qual trabalhava o seu pai, João Ribeiro. Lá encontrou o irmão, Manuel Ribeiro - pai do escritor João Ubaldo Ribeiro -, que ingressou na política e foi reitor da Universidade da Bahia.
João Ubaldo Ribeiro - sobrinho de "seu Ribeiro"- participou, ao lado de Jorge Amado, Luis Borges e Gabriel Garcia Marques, de uma série de nove filmes produzidos pela TV estatal canadense sobre a literatura na América Latina.
De fala mansa, observador e estilo diplomático, "seu Ribeiro" formou largo círculo de amigos em Natal. Católico e devoto da "Senhora de Antime", festejada na freguesia de Fafe, se interessou pelas comemorações da padroeira de Natal - Nossa Senhora da Apresentação. Foi durante a festa do Rosário em 1934, que conheceu a sua esposa Almira Bezerra Freire Ribeiro, com quem se casou em 4 de janeiro de 1940. O casal teve três filhos, sete netos e dez bisnetos. Mais tarde, doou terreno à diocese de Natal e construiu a Capela de Santo Antonio, o padroeiro de Lisboa, ao lado do atual Portugal Center, em cuja área funcionou o "Cotonifício norte-rio-grandense".
Um dos traços marcantes da personalidade do "seu Ribeiro" foi a cordialidade. Gozava da estima de quem com ele convivia. Apreciava o "papo" na "Confeitaria Delícia", do português Olívio e no Granada, do espanhol Nemésio, sempre em companhia de Roberto Freire (cunhado), Luis de Barros, José de Rubens, seu barbeiro Chico Gororoba e outros. Recordava as evoluções da dança portuguesa do "Vira" e o preparo especial do bacalhau, dobradinhas, galinha ao molho pardo e o bolo de ameixa.
"Seu Ribeiro" - o português potiguar - merece ser lembrado e receber homenagens póstumas no seu centenário de vida. Como empreendedor, ele abriu o caminho para a indústria local criar as condições de implantação no RN de um pólo de confecções e fabricação de fios, o que perdura até hoje. Fez tudo isto, com incontestável honradez e competência.
Mais uma razão para a prefeita Micarla de Souza consolidar os laços de amizade e cooperação da cidade de Natal com Portugal!
(*Advogado e Jornalista)
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