6.10.09

Januário Cicco (*)


Januário Cicco nasceu na cidade de São José de Mipibu, em 30 de abril de 1881. Era filho do italiano Vicente de Cicco e da norte-riograndense Ana de Albuquerque de Cicco. Veio para Natal ainda na adolescência, no final do século XIX. Posteriormente, iniciou o Curso de Humanidades na Paraíba, onde resolveu dedicar-se ao sacerdócio e ingressar no Seminário, abandonando-o, porém, um ano depois. Voltou a Natal e concluiu o curso secundário no Atheneu Norte-riograndense em 1899. Formou-se na Faculdade de Medicina da Bahia, em 1906. Começou a atuar logo como clínico e cirurgião em Natal, com consultório na Rua das Virgens, na Ribeira. Casou-se com Isabel Simões, pernambucana, com quem teve uma única filha, Ivette Cicco. Em 1937, em um intervalo de um ano, morreram sua filha e esposa A partir de então, passou por um período de reclusão, dedicando-se exclusivamente ao trabalho.
Além de clínico geral, desempenhou funções na obstetrícia, atuando, também, como cirurgião. Fundou e dirigiu os dois primeiros estabelecimentos hospitalares de grande porte de Natal: O Hospital da Caridade Juvino Barreto, no monte Petrópolis (hoje Hospital Universitário Onofre Lopes), em 1909 e a Maternidade de Natal, iniciada em 1932 e inaugurada em 1950. No início da década de 40, a Maternidade estava pronta para funcionar, mas o esforço de Guerra, representado na Capital do Estado pela construção do Campo de Aviação de Parnamirim com uma base americana, fez com que a Maternidade fosse ocupada como Quartel General das Forças Aliadas e Hospital de Campanha. Com o final da II Guerra Mundial e após intensa campanha Januário Cicco conseguiu retomar o prédio, restaurá-lo e colocá-lo para funcionar, o que ocorreu somente em 1950.
Depois criou o primeiro serviço de Pronto-Socorro (1945), a Escola de Auxiliares de Enfermagem (1950) e o Centro de Estudos da Sociedade de Assistência Hospitalar, base onde foi idealizada a fundação da Faculdade de Medicina (1951). Acompanhou pessoalmente todas as etapas de construção dos referidos prédios. Sua contribuição científica inclui sua tese de doutoramento “O destino dos cadáveres” – que defendia a cremação como meio de higiene e profilaxia da superpovoação dos cemitérios -, uma monografia, “Como se higienizaria Natal”, e outras publicações, como: “Notas de um médico de província”, “Puericultura no ano de 1909”, “Abrigo Padre João Maria” e os romances “Eutanásia” e “Herança Mórbida”. Januário Cicco, faleceu em 01 de novembro de 1952, em Natal.

(*) Uma Cidade Sã e Bela - Angela Lucia Ferreira, Anna Rachel Baracho Eduardo, Ana Caroline Dantas Dias e Geoge Alexandre Ferreira Dantas - com notas do blog - Foto: Maternidade Januário Cicco nos anos 50.

3 comentários:

Nivaldete disse...

Grande memória! Eu mesma tinha curiosidade em saber mais sobre januário Cicco. Não encontrou fotos dele?... Gostaria muito de ver... Mas já valeu seu esforço. Obrigada.

Lívio Oliveira disse...

Post excelente e foto maravilhosa.
Abs.

Tereza Damasceno disse...

Dr. Januário Cicco era amigo da família de minha avó materna, e segundo ela, além de excelente profissional era a pessoa mais humana e caridosa que eles conheciam.