21.11.09

Dos Bondes ao Hippie Drive In


Os primeiros telefones em Natal surgiram, conforme Câmara Cascudo, entre 1908 e 1911. Em 1918 a prestação do serviço era feita pela empresa paulista Tração Força e Luz (energia elétrica, bondes e telefonia). O gerente era João batista Vasquez que residia em São Paulo e por aqui aparecia periodicamente. As ligações eram feitas através de um pool de telefonistas que trabalhavam na sede da Empresa que fiava na Avenida Tavares de Lyra na Ribeira.
Luis da Câmara Cascudo em 1979, destacava que os natalenses mais ricos faziam o gesto de combinar uma ligação telefônica simulando o giro de uma manivela, típica dos primeiros telefones da cidade. Esse gesto foi posteriormente transformado na simulação da “discagem” nos anos que antecederam os aparelhos com teclas. Os serviços públicos, de uma maneira geral, eram extremamente ineficientes e se encaminhavam para um colapso total e as reclamações foram se acumulando. Natal chegou a ficar três dias sem o serviço de bondes. Em 1921 o governador Antônio José de Melo e Souza visando atender o interesse público criou a Repartição de Serviços Urbanos com a missão de gerir a prestação dos serviços de bonde, de coleta de lixo, de produção, conservação e venda de gelo, geração e distribuição de energia elétrica e telefonia. Dessa forma os serviços públicos foram estatizados em Natal. O seu primeiro diretor-gerente foi o escriturário do Tesouro João Sizenando Pinheiro. A repartição funcionava na Avenida Tavares de Lyra.
Ao longo dos anos seguintes ocorreu melhora nos serviços, mas em 1929 o governador Juvenal Lamartine de Faria, com aprovação da Assembléia Legislativa deu o passo inverso e autorizou a privatização de parte dos serviços e foi autorizado a contratar empresa privada para voltar a prestar serviços de eletricidade e telefonia.
As ligações telefônicas públicas automáticas só aconteceram em 1942, no início da II Guerra.
Em meados dos anos 50 a Radional, Radio Internacional do Brasil, americana, foi encarregada de prestar o serviço de ligações telefônicas interurbanas em Natal. O sistema funcionava com apenas um canal e operava em baixa freqüência de rádio, normalmente muito ruidoso. Efetuar ligações interurbanas era um privilégio restrito praticamente às autoridades estaduais, e como era difícil completar uma ligação! A estação ficava na “Corrente” onde hoje é o Conjunto Potilândia em Lagoa Nova, e a conexão era essencialmente para o Rio de Janeiro (capital federal) e demorava horas para se conseguir uma condição apenas razoável de comunicação. Os usuários mais freqüentes eram o Governador Dinarte Mariz e o Deputado Djalma Marinho. Quando a ligação local não era possível era necessário se deslocar para a Radional que funcionava próxima a Estação Ferroviária, para se comunicar com o rio de Janeiro. A Telern, Companhia Telefônica do Rio grande do Norte só foi criada em 1963, no Governo Aluísio Alves, e possibilitou os primeiros passos para a integração interestadual pelas telecomunicações através da repetidora de Serra de Santana com a possível execução de ligações interurbanas entre natal, Macaíba, Ceará Mirim, Mossoró, Angicos, Lajes, Caicó, Pau dos Feros e Currais Novos.Fonte:

Dos Bondes ao Hippie Drive-In de Carlos de Fred Sizenando R. Pinheiro

3 comentários:

alderico leandro disse...

ola Neto. A propósito do telefone,
eu sei que em 1952 a Radional já
funcionava na Ribeira, na Pç Augusto Severo, quase esquina com a rua das Virgens. Na esquina mesmo ficava M.M.Costa. Ela era quase que vizinha a esta firma. Eu tenho até coisas que aconteceram com clientes. A propósito; em 1952 já funcionava uma companhia americava de telegrafo em frente a Radio Cabugi. Alderico

Lívio Oliveira disse...

Esse livro dos irmãos Sizenando é uma verdadeira pérola na biblioteca. Por sinal, sou o leitor nº 01 do livro. Segundo Fred, fui o primeiro a adquiri-lo, ainda antes do lançamento. Vale a pena, Neto, divulgá-lo aqui no seu espaço nobre.
Abraço.

Wellington Amorim Bezerra disse...

Este livro do Fred e Carlos Sizenando é a maior riquesa que existe hoje em termos de Natal de ontem. Estou, sinceramente, fascinado, deixei até de fazer as minhas obrigações principais para dar prioridade a esta linda obra, este livro não sai da cabeceira da minha cama e não empresto a ninguém... porém, recomendo a todo mundo que posso tecer comentários. Lindas fotos. Cara, eu fico fascinado quando começo a ler este livro. Sou músico, muito amigo do Etelvino e coincidentemente, na livravia da Universidade achei este livro comecei a folhea-lo e logo fiquei fascinado por esta magnífica obra, não demorei muito, corrí logo para o caixa, comprei-o imediatamente, com medo de perdê-lo. Mas... foi a coisa que mais me sentí bem em fazer, a aquisição desta maravilha. Gostaria muito de conhecer os autores do livro, pois tenho muitas fotos maravilhosas da minha época de Bandas que, quem sabe, poderiam fazer parte de uma segunda edição ? quem sabe ? com muito orgulho. Abraços e parabéns por este orgulho.