10.4.10

Modernismo na Província






Em 1960, assumiu a Prefeitura da cidade de Natal o primeiro natalense eleito diretamente pelo povo – Djalma Maranhão, que obteve 66% dos votos. Na verdade este foi o seu segundo mandato, pois havia sido “designado” para o cargo em 1956, quando implantou um programa de ensino através de escolinhas de alfabetização e do Ginásio Municipal de Natal. Djalma Maranhão não foi apenas um político, atuou como jornalista – fundou o "Monitor Comercial", o "Diário de Natal", a "Folha da Tarde" e foi diretor e proprietário do "Jornal de Natal" – e como escritor – publicou "O Brasil e a Luta Anti-Imperialista", "Cascudo, Mestre do Folclore Brasileiro" (lançado em 1963) e "Carta de um Exilado", sua obra póstuma.
Nacionalista, acreditava na vitória do socialismo, convicto de que "somente a dialética marxista-leninista libertará as massas da opressão e da fome através da socialização dos meios de produção e da entrega da terra aos camponeses" [...] Militante comunista, quando era cabo do exército participou da Movimento Comunista de 1935, sendo preso. É o próprio Djalma Maranhão que diz: "Andei pelos presídios políticos e pelos campos de concentração,martirizado pelos esbirros de Felinto Müller e de Getúlio Vargas". Em 1946, foi expulso do partido comunista, porque denunciou os diretores do partido como desonestos [...] Para ele, governar era realizar. Nas suas administrações como prefeito de Natal, procurou deixar uma marca de dinamismo [...] Com o golpe militar de 1964, Djalma Maranhão foi preso. Libertado [...] conseguiu se asilar na Embaixada do Uruguai, partindo para o exílio naquele país, onde veio a falecer, no dia 30 de julho de 1971
Em sua segunda administração, Djalma Maranhão lançou a Campanha “De Pé no Chão Também se Aprende a Ler", coordenada pelo Professor Moacyr de Góes e cujo objetivo era a erradicação do analfabetismo na Cidade de Natal. Para Freire esta intenção imortalizou o seu governo, Na campanha trabalhavam católicos, protestantes, espíritas e marxistas por essa razão o movimento era chamado de "frente".
O prefeito também elegeu as intervenções urbanas como marca de sua administração: além de melhorias no Sistema de Saneamento, construiu a Galeria de Arte Popular, o Palácio dos Esportes e a Estação Rodoviária.

Do texto “Modernismo na Província” de Paulo José Lisboa Nobre e Marizo Vitor Pereira

Um comentário:

Lívio Oliveira disse...

Excelente postagem. Como Natal está diferente nos dias atuais.Principalmente, no plano político...